Articulação de ministros pela indicação de uma mulher para o STF é tímida
Manutenção de pelo menos duas cadeiras de mulheres no STF mobiliza ministros de forma limitada
atualizado
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A articulação dentro do Supremo Tribunal Federal (STF) para a manutenção de uma mulher na vaga de Rosa Weber, prestes a se aposentar, é tímida. A pressão sobre a decisão de Lula é exercida mais pela militância de esquerda e por aliados do PT do que pelos integrantes da Corte.
No início de junho, Weber disse, em evento com o presidente da Finlândia, que o número de mulheres nos tribunais superiores é “ínfimo”. Desde então, porém, não deu mais declarações sobre o assunto e não falou especificamente sobre sua vaga.
No meio jurídico, em que a representação feminina em cargos de cúpula é pequena, mulheres têm se queixado da ausência de falas mais diretas de Rosa e de Carmen Lúcia defendendo uma mulher na vaga.
Entre os ministros homens, Dias Toffoli e Luís Roberto Barroso são os maiores defensores que Weber seja substituída por outra mulher, mas têm uma articulação limitada – Toffoli, por estar resolvendo problemas de relacionamento com Lula, e Barroso, porque será presidente do STF.
No início do ano, com a indicação de Jhonatan de Jesus para o Tribunal de Contas da União (TCU), a Corte perdeu a única vaga que era ocupada por uma mulher. Mulheres ocupam apenas 19% dos cargos nas Cortes superiores, segundo reportagem de Julia Noia.