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Armínio e irmãos Moreira Salles voltam a financiar candidatos do PSol

Financiamento privado de candidatos do PSol provocou polêmica nas eleições municipais de 2020 e levou à saída de quadros do partido

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O cineasta João Moreira Salles durante palestra em 2018
1 de 1 O cineasta João Moreira Salles durante palestra em 2018 - Foto: Casa América/Divulgação

Candidaturas do PSol voltaram a receber doações do economista Armínio Fraga, presidente do Banco Central no governo FHC, e dos irmãos Moreira Salles, João e Walter, acionistas do banco Itaú.

O financiamento privado de candidatos psolistas causou controvérsia na eleição municipal de 2020 e levou à saída de quadros do partido.

O caso mais notório foi o de Wesley Teixeira, então candidato a vereador em Duque de Caxias, que resolveu deixar a sigla após sofrer ataques de correligionários insatisfeitos com as doações que Fraga e os Moreira Salles haviam feito para sua campanha. Teixeira não conseguiu se eleger e, hoje, concorre a uma vaga na Assembleia Legislativa pelo PSB.

Fraga, que já doou R$ 1,2 milhão para candidatos nesta eleição, destinou R$ 50 mil para Roseli Faria, que tenta se eleger deputada distrital pelo PSol.

João Moreira Salles fez doações que totalizam R$ 325 mil, sendo que R$ 75 mil foram destinados para o psolista Galiza, da Bancada Quilombola. Ele tenta se eleger deputado federal no Pará.

Walter Moreira Salles doou R$ 563 mil até o momento. Galiza foi agraciado com R$ 25 mil, enquanto Marivaldo Pereira, outro candidato a deputado distrital pelo PSol, recebeu R$ 50 mil.

Em tempo: os Moreira Salles voltaram a financiar a candidatura de Wesley Teixeira. Walter doou R$ 70 mil para o pessebista, e João destinou R$ 50 mil para a campanha.

(Atualização às 19h10 do dia 26 de agosto de 2022 – Os irmãos Moreira Salles enviaram nota dizendo que decidiram “contribuir para candidaturas que representam causas fundamentais ao Brasil de hoje, como o combate ao racismo, a valorização da ciência e a preservação da Amazônia”. O comunicado afirma que as doações “dialogam com outras ações também realizadas por Walter e João, a partir dos Institutos Ibirapitanga e Serrapilheira, respectivamente mantidos por eles, que se pautam pela transparência, em sintonia com os desejos progressistas da sociedade civil”. Os irmãos Moreira Salles declararam que as doações “não são escolhas aleatórias ou decorrentes de relações pessoais, e sim o resultado de um esforço coletivo e de consultas a grupos da sociedade”. “A ideia é incentivar a construção de propostas comprometidas com essas agendas e com a legitimidade em seus campos de atuação”, diz a nota. A assessoria dos irmãos informou que “é importante frisar que as doações de João Moreira Salles acontecem num momento em que dele deixou de ser publisher e controlador da Revista Piauí”.)

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metropoles.comGuilherme Amado

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