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Ar de “já ganhou” em jantar de Lula ignora enorme antipetismo; análise

O jantar deste em homenagem a Lula juntou, num só evento, integrantes do Movimento dos Sem Terra (MST) e políticos de centro-direita

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Foto colorida de encontro do ex-presidente Lula com Geraldo Alckmin. Na imagem, os dois aparecem olhando para a câmera, apertando as mãos.
1 de 1 Foto colorida de encontro do ex-presidente Lula com Geraldo Alckmin. Na imagem, os dois aparecem olhando para a câmera, apertando as mãos. - Foto: null

O jantar deste domingo (19/12) em homenagem a Lula, em São Paulo, juntou, num só evento, integrantes do Movimento dos Sem Terra (MST) e políticos de centro-direita. “Clima de queremismo”, resumiu Renan Calheiros, referindo-se ao movimento que pedia o retorno de Getúlio Vargas, no começo dos anos 1950 e foi fundamental para a eleição do ditador pelo voto direto, em 1951. “Mais para Diretas”, respondeu Randolfe Rodrigues, baseado no clima festivo que marcou o jantar do Grupo Prerrogativas, criado para atacar a Lava Jato e que teve na anulação das sentenças de Lula seu grande troféu. Mergulhados na ilusão da bolha, muitos dos presentes no restaurante A Figueira Rubayat, nos Jardins, acreditavam que será um passeio daqui até outubro. O clima, para a maioria, era de “já ganhou”.

Só que, da mesma maneira que o Brasil é bem mais diverso do que a turma que até hoje coloca a camisa da seleção brasileira de futebol e vai para as ruas manifestar apoio a um presidente que tem responsabilidade sobre a morte de 615 mil brasileiros, o país também é muito mais do que aquilo. E em alguns desses outros Brasis o antipetismo continua sendo uma das forças motrizes da política.

E qual o tamanho, hoje, do antipetismo? Ninguém sabe. Há anos que a imprensa, a oposição, as redes sociais não lembram as suspeitas de corrupção que ainda pairam sobre Lula — ele ainda é investigado em alguns casos, que apenas tiveram suas sentenças anuladas e foram transferidos para outras jurisdições.

Mesmo que todos sejam arquivados ou ele seja inocentado em todos eles até outubro, o que é improvável, certamente Bolsonaro e os demais candidatos irão relembrar o eleitor com afinco de cada um deles. Ninguém sabe qual será o efeito disso. O eleitor pode já ter digerido tudo isso e o impacto sobre o ex-presidente ser residual. Ou pode fazer o forte antipetismo que resiste ser retomado com força total.

Neste Diagnóstico, quadro de análises em vídeo da coluna, são esses pontos que analiso. Assista abaixo ou ouça no Spotify.

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metropoles.comGuilherme Amado

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