Apuração preliminar da PGR contra Jair Bolsonaro completa um ano
Augusto Aras tem sido criticado por lentidão em processos envolvendo Bolsonaro; ministros do STF expressaram insatisfação publicamente
atualizado
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Um ano depois, a PGR ainda não concluiu uma apuração preliminar contra Jair Bolsonaro por causa da crise da Covid no Amazonas. Em janeiro de 2021, dezenas de pacientes no Amazonas e também no Pará morreram por falta de oxigênio hospitalar na luta contra a Covid. Os corpos tiveram de ser enterrados em valas comuns, tamanha a velocidade das mortes por asfixia.
Uma apuração preliminar é uma investigação sigilosa da PGR que pode reunir indícios de crimes de alguma autoridade com foro privilegiado. Se isso acontecer, a apuração serve de justificativa para pedir a abertura de um inquérito. Nesse caso, o processo contra Bolsonaro tramitaria no STF.
Indicado e reconduzido por Jair Bolsonaro sem estar nas listas tríplices da PGR, o procurador-geral da República, Augusto Aras, tem sido criticado pela lentidão para investigar supostos crimes do presidente. No fim do ano, a CPI da Pandemia pediu que a PGR indicie Bolsonaro por nove crimes, inclusive epidemia com resultado morte. Essa solicitação também está na PGR, sem definição.
A insatisfação com Aras foi verbalizada por ministros do Supremo recentemente. Em outubro, Cármen Lúcia mandou o PGR explicar o que faria sobre as falas golpistas de Bolsonaro no 7 de Setembro. Em dezembro, Alexandre de Moraes deu 24 horas para Aras compartilhar com a corte uma apuração preliminar que investigava mentiras de Bolsonaro sobre a vacina da Covid. Em seguida, Moraes abriu um inquérito por conta própria.