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Apoio de Bolsonaro à vacina coincidiu com acerto de compra da Covaxin

Presidente e filhos mudaram discurso perto da compra de 20 milhões de doses do imunizante indiano

atualizado

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Bolsonaro e Queiroga
1 de 1 Bolsonaro e Queiroga - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O apoio de Jair Bolsonaro e de seus filhos à vacinação coincidiu com a assinatura da compra, pelo Ministério da Saúde, de 20 milhões de doses da Covaxin – o imunizante indiano cuja negociação teria envolvido propina.

Em 5 de março, Francisco Maximiano, sócio da Precisa — empresa que intermediou a compra do imunizante indiano pelo Ministério da Saúde por 1.000% a mais por unidade do que o valor anunciado pela fabricante Bharat Biotech —, desembarcou no Brasil após passar dois meses na Índia na negociação da Covaxin. Cinco dias depois, Flávio Bolsonaro pediu para que apoiadores viralizassem uma imagem de seu pai com o texto “nossa arma é a vacina”, no primeiro gesto público do governo a favor do fármaco.

No mesmo dia, 10 março, o chefe do Executivo federal defendeu a vacinação em um evento no Palácio do Planalto e disse que o governo não estava poupando esforços para a compra de imunizantes. Logo após, o filho zero três do presidente, Eduardo Bolsonaro, divulgou uma imagem do Zé Gotinha com seringa em formato de fuzil.

No dia 20 de março, Luis Miranda afirma ter feito os primeiros alertas ao presidente sobre o esquema na compra da Covaxin. Três dias depois, o deputado do DEM do Distrito Federal perguntou ao assessor da Presidência se Bolsonaro estava chateado com ele, e como seu irmão, Luis Ricardo, deveria agir após a denúncia do esquema. O assessor respondeu: “Negativo, deputado. São muitas demandas”. Naquele mesmo dia (23/3), Bolsonaro fez o primeiro discurso em rede nacional em defesa da vacina.

O tratamento dado à Covaxin vinha sendo diferente desde o início. Enquanto os representantes da Pfizer tiveram mais de 100 e-mails ignorados pelo Ministério da Saúde, o próprio Bolsonaro enviou uma carta, no dia 8 de janeiro deste ano, ao primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, pedindo celeridade na liberação da Covaxin. Quatro dias depois, a Precisa assinou contrato com a Bharat Biotech. Naquele momento, o imunizante nem sequer havia sido aprovado pela agência regulamentadora de seu país de origem.

O contato da família Bolsonaro com Maximiano é mais antigo. Em 13 de outubro de 2020, Flávio o levou para uma reunião com o presidente do BNDES, Gustavo Montezano. Na ocasião, Maximiano se apresentou como representante de outra empresa, a Xis Internet Fibra.

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metropoles.comGuilherme Amado

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