A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) citou a desaceleração da indústria de games ao prorrogar, no fim do governo Bolsonaro, um convênio de R$ 8,8 milhões com a Associação Brasileira das Desenvolvedoras de Games (Abragames). Contudo, documentos da própria entidade apontam um cenário oposto, com expressivo crescimento do setor.

A parceria foi estendida em 8 de dezembro do ano passado, e irá até dezembro de 2024. A Apex apontou que o convênio buscava “garantir a manutenção do fluxo histórico de exportação do projeto frente à previsão de desaceleração na indústria de Games entre 2022 e 2024”.

O cenário é diferente em um documento produzido pela Abragames neste ano, que faz um raio-x do setor em 2022. “A demanda por jogos no Brasil manteve um crescimento de 3% em 2022, contrastando com a queda global de 4,3%”, afirmou a Abragames no relatório “2023 — Indústria brasileira de games”, que foi promovido pela Apex.

No documento do ano anterior, também com a marca da Apex, a Abragames afirmou que os dados sobre investimentos privados em empresas de jogos “ilustram o crescente investimento no setor, que deve sustentar o ritmo acelerado de criação e implementação de inovações tecnológicas e de mercado”.

Procurada, a Apex não comentou sobre as previsões divergentes da Abragames. Segundo a agência, os convênios são planejados com base em informações qualificadas junto a empresas, associações setoriais, governo e mercado. “O investimento ininterrupto da Apex na promoção comercial do setor nos últimos dez anos contribuiu para que as empresas brasileiras conquistassem reconhecimento no cenário global”, afirmou, acrescentando que tem as “melhores expectativas” para o projeto.