Apenas um diretor negro ganhou principal prêmio de cinema do Brasil
Levantamento revela que só sete diretores negros e indígenas foram finalistas do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, em 22 anos
atualizado
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O Grupo de Estudos Multidisciplinares de Ação Afirmativa em parceria e a Associação de Profissionais do Audiovisual Negro fizeram um levantamento inédito sobre diversidade de raça e gênero num dos mais importantes prêmios do cinema brasileiro. O estudo “Diversidade de raça e gênero no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro” constatou que, entre 2002 e 2023, somente sete homens negros ou indígenas foram indicados na categoria de melhor direção, que tem a predominância de indicações (e vitórias) de homens brancos.
De acordo com o estudo, diretores homens brancos são 70% dos vencedores na categoria “Melhor ficção”, 81% em “Melhor documentário” e 74% em “Melhor direção”. Apenas um homem negro chegou a vencer, em 2023, com Gabriel Martins por “Marte um”.
Nas categorias roteiro e ator, os homens brancos também são predominantes. Eles são 77,5% dos vencedores em “Melhor roteiro original” e 88% em “Melhor roteiro adaptado”. Na categoria “Melhor ator”, homens brancos foram 80% dos indicados e ganham 73% das vezes. E na categoria “Melhor ator coadjuvante”, homens brancos foram 79% dos indicados e 78% dos vencedores.
Na categoria “Melhor atriz”, mulheres brancas correspondem a 84% das indicações e 81% das vencedoras. Na categoria “Melhor atriz coadjuvante”, mulheres brancas foram 88% das indicadas e 91% das vencedoras.
Ainda de acordo com o estudo, entre 2002 e 2023, excluindo 2006 por ausência de dados, a indicação exclusivamente de pessoas brancas ocorreu em 38% das vezes na categoria “Melhor atriz”, 38% em “Melhor atriz coadjuvante”, 38% das vezes em “Melhor ator” e 24% na categoria “Melhor ator coadjuvante”.
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