Anvisa enviará a PF e STF novas ameaças durante audiência pública
Do lado de fora de audiência pública de vacinação infantil, manifestantes atacaram Anvisa: “É bom vocês correrem”
atualizado
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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) enviará ao STF e à PF novas ameaças que recebeu nesta terça-feira (4/1). Os ataques desta vez foram feitos verbalmente por manifestantes em frente à sede da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), onde aconteceu uma audiência pública sobre a vacinação infantil contra a Covid. A agência liberou a vacinação para crianças no mês passado.
“Anvisa, vocês não vão inocular esse veneno experimental em nossos filhos e netos. É bom vocês correrem porque vamos atacar vocês como leoas selvagens”, disse uma mulher, divulgando informações falsas com um megafone mais cedo no local da audiência pública, como mostraram os repórteres Yuri Achcar e Mariana Londres. Cerca de 30 manifestantes protestaram contra a vacina em frente à Opas. O grupo também usou crianças para exibir cartazes contra a imunização.
A Anvisa não compareceu à audiência pública, marcada pela presença de negacionistas, como uma médica que havia chamado protestos contra a vacinação. A médica foi indicada pela deputada bolsonarista Bia Kicis, contumaz crítica de normas sanitárias básicas para conter o vírus.
A PF investiga ameaças de morte à Anvisa desde novembro, quando a Pfizer anunciou que pediria o aval da agência para a vacinação infantil contra a Covid, a exemplo do que ocorre na Europa e nos Estados Unidos. O STF também analisa esses ataques em um processo a pedido da oposição no Congresso.
A Anvisa solicitou pelo menos duas vezes proteção policial à PF e à PGR, mas ainda não foi atendida. Até o último dia 27, a Anvisa contabilizou 169 e-mails com ameaças aos funcionários do órgão. O levantamento interno começou no dia 17, um dia depois que Jair Bolsonaro intimidou técnicos da agência por terem aprovado a vacinação infantil contra a doença que matou 619 mil brasileiros.