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Antes de demissão, auditor defendeu entrega de cargos na Receita

Auditor fiscal defendeu em e-mail entrega coletiva de cargos por melhorias na carreira; foi demitido da chefia da Receita 2 dias depois

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Divulgação/Receita Federal
Receita Federal – 1.10.2024 – Operação iFraud 3
1 de 1 Receita Federal – 1.10.2024 – Operação iFraud 3 - Foto: Divulgação/Receita Federal

Dois dias antes de ser demitido de um posto de chefia na Receita Federal, o auditor fiscal Marcus Vinícius Pereira defendeu aos colegas uma entrega coletiva de cargos de confiança para pressionar por melhorias na carreira. No e-mail, Pereira reclamou que o governo trata os funcionários da Receita como “meros servidores de expediente administrativo”.

“Precisamos deixar claro que nós, auditores-fiscais da Receita Federal do Brasil, como autoridades de Estado responsáveis pela condução do principal órgão arrecadador de tributos desse país, não mais aceitaremos termos que sempre mendigar as migalhas daquilo que é concedido a outras carreiras!!!”, escreveu Pereira, no e-mail intitulado “Entrega de cargos de superintendentes!!!”.

O e-mail foi enviado a 30 funcionários no fim da noite de 8 de outubro, uma terça-feira. Na manhã da quinta-feira (10/10), o Diário Oficial da União trouxe a exoneração de Pereira do cargo de chefia, assinada pelo secretário da Receita, Robinson Barreirinhas.

O ex-superintendente-adjunto da 9ª Região Fiscal da Receita, área responsável por Paraná e Santa Catarina, reclamou que a Advocacia-Geral da União (AGU) havia acabado de conseguir um auxílio-saúde extra de R$ 3 mil para funcionários, poucos dias após uma entrega coletiva de cargos de confiança no órgão. O penduricalho da AGU está na mira do Tribunal de Contas da União.

Para Pereira, a Receita Federal, por outro lado, fez uma reunião com entidades sindicais e nada avançou.

“Fica claro que o Estado brasileiro pratica há anos, se não há décadas, uma absurda inversão de valores, privilegiando outras carreiras e sempre obrigando os auditores-fiscais da Receita a terem que correr atrás daquilo que sempre é concedido primeiramente aos demais! Acabamos sempre sendo tratados como meros servidores de expediente administrativo, quando deveríamos, em verdade, sermos tratados como as autoridades tributárias e aduaneiras da República brasileira!”, seguiu o auditor fiscal.

Como informou a coluna no último dia 14, Pereira enviou uma carta após ser demitido. No documento, afirmou que a cúpula da Receita busca manter uma “confraria de poder”.

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