A Agência Nacional de Petróleo (ANP) apura a suspeita de uma movimentação atípica sobre a compra e venda de combustível de duas distribuidoras, a Petroquality e a Alpes.

Segundo um levantamento do Instituto Combustível Legal (ICL) com dados da ANP de 2020, a Petroquality comercializou 1,1 bilhão de litros de etanol hidratado, mas suas compras somaram 2,2 bilhões de litros, quase 50% a mais.

Sobre a Alpes, o levantamento aponta que a empresa vendeu 423 milhões de litros e comprou 547 milhões de litros, uma diferença acima de 124 milhões de litros.

O levantamento consta de um pedido do instituto enviado em abril para a ANP, no qual o m solicita que a agência investigue a diferença. O instituto lembra que a comercialização de etanol hidratado entre distribuidoras é proibido, o que colocaria sob suspeita a diferença entre os números.

À coluna, a ANP afirmou que os dados apresentados pelo ICL estão sendo apurados e que, ao fim do processo, se comprovadas eventuais irregularidades, a agência adotará todas as medidas cabíveis, entre as quais a lavratura de auto de infração e a aplicação de medidas cautelares.

A Petroquality disse que as informações são inverídicas, que toda sua movimentação é regularmente realizada e atestada por auditoria externa e que a empresa não faz compra e venda de combustível sem emissão do competente documento fiscal. Também afirmou que é detentora de todas as certidões de regularidade e autorizações necessárias para o exercício de sua atividade e que não tem contra si lavrado nenhuma autuação pela ANP.

A coluna procurou a Alpes Distribuidora de Combustíveis, mas não obteve resposta. O espaço está aberto para manifestações.