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André Mendonça não atende a requisitos para STF, critica Renan Calheiros

Relator da CPI disse em entrevista ao Metrópoles que escolhido de Bolsonaro para o STF terá muita dificuldade para ser aprovado no Senado

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Ministro Justiça André Mendonça Coletiva TSE no centro divulgação das eleições CDE. Na foto Ministro Luiz Carlos Barroso eleicoes brasil 6
1 de 1 Ministro Justiça André Mendonça Coletiva TSE no centro divulgação das eleições CDE. Na foto Ministro Luiz Carlos Barroso eleicoes brasil 6 - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

André Mendonça não preenche os requisitos mínimos para assumir uma vaga no Supremo. A avaliação foi de Renan Calheiros, relator da CPI da pandemia e o mais antigo senador em exercício. E mais: na avaliação de Renan, a aprovação do advogado-geral da União, que foi confirmado por Jair Bolsonaro como o futuro indicado para a vaga que será aberta no STF com a aposentadoria de Marco Aurélio Mello, é “muito difícil”. Em entrevista nesta quarta-feira (7/7) ao Metrópoles (assista à íntegra no fim deste texto), na qual afirmou que a ligação de Flávio Bolsonaro com o caso Covaxin tem que ser investigada pela CPI, Renan Calheiros criticou também o aspecto religioso considerado pelo presidente na escolha.

“É muito difícil o Senado aceitar a superficialidade da indicação do presidente. Bolsonaro não procurou critérios, mas um ‘terrivelmente evangélico’. Procurou prestigiar um aspecto de religião, o que não se observa em composição de supremas cortes nem aqui nem no restante do mundo”, declarou, emendando: “A princípio, ele (Mendonça) não preenche os requisitos necessários para ocupar aquela importantíssima função”.

O posicionamento do relator da CPI foi bem diferente em relação a Augusto Aras – que, se for reconduzido à PGR, receberá o relatório final que Renan produzirá como também possíveis pedidos de investigação contra integrantes do governo – inclusive Jair Bolsonaro. Caberá a Aras decidir se abre ou não uma investigação no âmbito da PGR ou até se denuncia o presidente pela prática de algum crime.

“As expectativas que tenho em relação à PGR e ao procurador-geral são as melhores possíveis. Nós já vamos pegar a PGR numa outra circunstância, provavelmente com o procurador indicado para o segundo mandato. Nós que o conhecemos sabemos de sua correção e do que pode significar sua presença num segundo mandato à frente da PGR”, elogiou o senador, dando a entender que Aras teria mais liberdade para agir num segundo mandato, no qual não teria mais a possibilidade de um terceiro mandato.

Senador avalia que governo não tem maioria nem na Câmara nem no Senado

Em relação ao apoio que Bolsonaro tem na Câmara e no Senado, Renan afirmou não haver maioria em nenhum dos dois. Para ele, o que mantém o elo entre governo e Parlamento é a compra de apoio político por meio do chamado orçamento secreto – uso excessivo de um tipo de emenda parlamentar, que permitiu ao governo pagar milhões a obras e compras indicadas por deputados e senadores, para além das emendas obrigatórias a que cada um já tinha direito por lei.

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Presidente Bolsonaro, Arthur Lira e Rodrigo Pacheco durante coletiva no Palácio do Planalto
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Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco

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Presidente Bolsonaro, Arthur Lira e Rodrigo Pacheco durante coletiva no Palácio do Planalto

Mariana Costa/Metrópoles

“A maior demonstração de que ele não tem maioria é o presidente da Câmara dos Deputados, que tem reiteradamente criticado a CPI, não despachar sobre os pedidos de impeachment”, disse, referindo-se aos mais de 100 pedidos de impeachment que adormecem na gaveta de Arthur Lira sem serem atendidos, mas que também não são arquivados, como deseja Bolsonaro.

Leia também: Renan diz que relação de Flávio Bolsonaro com caso Covaxin deve ser investigada


(Colaborou Gabriella Furquim, Bruna Lima e Eduardo Barretto)

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