Análise. Nunes topava debater com Marçal. Por que fugir com Boulos?
Ricardo Nunes foi aos debates mesmo quando o circo estava armado tendo Pablo Marçal à frente do picadeiro
atualizado
Compartilhar notícia
Ricardo Nunes foi aos debates mesmo quando o circo estava armado tendo Pablo Marçal à frente do picadeiro. Prestava-se aos momentos mais bizarros, “em respeito ao leitor” e tal. Por agora decidiu fugir do encontro com Guilherme Boulos, no debate do UOL? A resposta está na margem pouco confortável para Nunes entre eles.
A pesquisa Quaest divulgada nessa quarta-feira (16/10) mostra Ricardo Nunes com 45% das intenções de voto e Guilherme Boulos com 33%. Com a margem de erro de três pontos, os dois podem, no limite, ter uma diferença de seis pontos apenas, ainda que esse cenário seja improvável. Com essa distância, uma participação desastrosa de Nunes poderia ser a deixa perfeita para Boulos tentar um crescimento.
Boulos é bom de oratória — inclusive ele fala e defende suas causas bem melhor do que sua campanha. Já Nunes não tem respostas convincentes para alguns temas que são explorados. Boulos naturalmente iria para um debate com faca nos dentes e o objetivo de enredar Nunes nessa dificuldade.
Um debate também é uma oportunidade para indecisos escolherem em quem votar, já que é possível contrastar lado a lado os dois adversários. A pesquisa Quaest mostrou que o número de indecisos ou que não irão votar é expressivo: 19%. O formato escolhido pelo UOL, de uma entrevista com Boulos sozinha, beneficia o psolista, mas não tem o mesmo efeito, já que a audiência naturalmente é menor, e os cortes para redes sociais de eventuais derrapadas de Nunes não existirão.
Nunes não conseguirá escapar de todos os debates, sob pena de ficar com a fama de quem tem medo do debate. Ainda haverá alguns encontros, e é bom para a cidade de São Paulo que o prefeito participe do maior número possível deles.
Receba o conteúdo da coluna no seu WhatsApp e assine a newsletter de e-mail
Siga a coluna em Twitter, Instagram, Threads e Bluesky