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Análise: 7 de setembro bolsonarista será grande, mas e daí?

Jair Bolsonaro não tem força nem apoio para dar o golpe com que ele sonha

atualizado

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Hugo Barretto/Metrópoles
7 de setembro
1 de 1 7 de setembro - Foto: Hugo Barretto/Metrópoles

O 7 de setembro bolsonarista será grande. Todo o espectro de apoio a Jair Bolsonaro mobilizou suas bases para isso. O objetivo é mostrar que o presidente tem força política e, assim, pressionar o STF e o Congresso, principalmente aquele, a se dobrar aos ditames do wannabe ditador. Mas e daí? O que vai acontecer no dia 8?

Nada. Porque Bolsonaro não tem força nem apoio para dar o golpe com que ele sonha. Não tem apoio no empresariado, na mídia, na Igreja católica, na sociedade civil. O longínquo 1964 não existe mais, por mais que o presidente e alguns generais não tenham percebido, ou finjam não perceber.

Bolsonaro seguirá com seu golpe permanente, por meio do qual corrói a democracia diariamente, a cada minoria que agride, direito humano que viola, regramento ambiental que revoga, mecanismo de combate à corrupção que destrói, instituição que ataca.

Nada disso é suficiente para Bolsonaro, que sonha mesmo é com um regime mais autoritário e violento do que o que existiu depois de 1968 no Brasil. O presidente já defendeu que deveriam ter sido mortos “uns 30 mil” no Brasil, e nada em seu governo sugere que ele tenha mudado de opinião. Não faz porque não pode.

Não pode porque lhe falta de apoio e pelo controle feito pelas combalidas, falhas, mas ainda vivas instituições. Em meio à omissão/ conivência da PGR e do presidente da Câmara dos Deputados, ainda existe uma importante resistência na maioria do STF, no Senado e na própria Câmara. Há uma sociedade civil atuante, uma imprensa forte e vigilante, e eleitores dispostos a também ir para a rua — só que pela democracia.

Bolsonaro não tem sequer o apoio das Forças Armadas. Embora os comandantes da Marinha e da Aeronáutica deem sinais de que embarcariam com o presidente em uma aventura, o comandante do Exército, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, pregou a estabilidade em um discurso recente e tem uma postura pública muito mais sóbria do que seus pares. Abaixo dos comandos, os sinais dos demais oficiais são de que tampouco apoiariam uma ruptura.

O custo de apoiar Bolsonaro é alto, afinal. Quem amanhã for para as ruas de verde e amarelo estará apoiando as 600 mil mortes, os pratos vazios de quem tem fome, os milhões de desempregados, o risco de apagão, a gasolina a R$ 7.

Um baita fardo, que até pode não ser nada para a pequena parcela de brasileiros que irá às ruas conivente com Bolsonaro nesta terça-feira. Mas é insuportável para os todos os outros.

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metropoles.comGuilherme Amado

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