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Amigo de Marielle, deputado vê “distância” dos Bolsonaros com o crime

Em entrevista à coluna, Chico Alencar comentou prisões de supostos mandantes do assassinato de Marielle, em 2018

atualizado

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Mario Agra / Câmara dos Deputados; Renan Olza/Camara Municipal do Rio de Janeiro
O deputado federal Chico Alencar e a vereadora Marielle Franco
1 de 1 O deputado federal Chico Alencar e a vereadora Marielle Franco - Foto: Mario Agra / Câmara dos Deputados; Renan Olza/Camara Municipal do Rio de Janeiro

Amigo e correligionário da vereadora Marielle Franco, assassinada em março de 2018, o deputado federal Chico Alencar disse em entrevista à coluna neste domingo (24/3), após as prisões dos supostos mandantes do crime, que sempre viu alguma “distância” entre o desapreço do clã Bolsonaro por Marielle e as teorias, espalhadas sobretudo na esquerda, de que a família teria alguma relação com o caso.

Ronnie Lessa, o assassino confesso de Marielle e Anderson Gomes, motorista dela, morava no mesmo condomínio que o ex-presidente Jair Bolsonaro na Barra da Tijuca, Zona Oeste carioca, o Vivendas da Barra. Em delação premiada, Lessa apontou como mandantes do crime o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) Domingos Brazão e o deputado federal Chiquinho Brazão. Os irmãos Brazão foram presos neste domingo pela Polícia Federal.

Para Chico Alencar, embora Bolsonaro e seus filhos políticos não tivessem qualquer simpatia em relação à vereadora do PSol assassinada, “vai uma distância” atribuir a eles qualquer participação nos planos para matá-la. “A disputa política não pode nos levar a ter posturas levianas ou falsear realidades, como a extrema-direita costuma fazer com frequência”, declarou.

“Eles não tinham a menor simpatia e proximidade com tudo que Marielle representava. Mas daí a chegar a uma trama drástica para eliminá-la, é um outro passo que eu nunca achei que eles seriam capazes de dar, um mero achar”, disse Alencar.

“Eles têm elos com milícias, ou milicianos, ou esquadrões da morte, até porque defendem essa política de que bandido bom é bandido morto. Tem circunstâncias que aproximam, até fisicamente, no caso do Ronnie Lessa, morador do mesmo condomínio, essas figuras todas. Daí a dizer ‘eles são mandantes, arquitetos, mentores intelectuais desse crime bárbaro’, vai uma certa distância. Tem que se apurar também, as novas prisões vão elucidar novas coisas. Mas, ao que tudo indica, pelo menos até aqui, eles não são mandantes diretos ou arquitetos desse crime”, completou.

O deputado federal do PSol também comentou a prisão do delegado Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, suspeito de atuar para embaraçar as investigações do caso Marielle. Houve “mar de cumplicidade” dos investigadores fluminenses nas apurações, nas palavras de Chico Alencar.

“Houve uma certa surpresa [quanto a Rivaldo Barbosa], porque ele não era muito conhecido no mundo político, mas não estou entre os estão assim “oh, meu Deus, jamais pensei”. Ele não tinha um histórico que lhe desse confiabilidade total. Como chefe da Polícia Civil, dizendo que ia apurar, que era questão de honra, a gente acreditou nele, os pais da Marielle, todos nós”, disse Alencar.

Assista abaixo à íntegra da entrevista:

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