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“Ameaça de golpe envergonha”, diz coronel do Exército na reserva

Marcelo Pimentel afirmou que golpe militar é alimentado por poucos oficiais formados na década de 1970 e não tem adesão das Forças Armadas

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Bolsonaro convera com Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, general e comandante do Exército brasileiro em cerimônia de promoção de oficiais-generais. Ambos riem - Metrópoles
1 de 1 Bolsonaro convera com Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, general e comandante do Exército brasileiro em cerimônia de promoção de oficiais-generais. Ambos riem - Metrópoles - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

Coronel do Exército que entrou para a reserva em 2018, Marcelo Pimentel criticou a ameaça de golpe que, por vezes, parece ser alimentada pelo Planalto. Pimentel se formou em 1987 na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), a mesma de Jair Bolsonaro.

“A ameaça de golpe envergonha. Na verdade, é uma cortina de fumaça para desviar de outros problemas. Os que parecem entusiastas de golpe [em caso de derrota de Jair Bolsonaro] pertencem à turma de oficiais que se formou na Aman na década de 1970, durante a ditadura. Quem comanda as tropas de fato, hoje, são os militares que se formaram na década de 1980, já no final do regime autoritário, que não são golpistas. Não há adesão das Forças Armadas para um golpe”, afirmou Pimentel.

Na sexta-feira (8/7), em uma solenidade militar em Pirassununga (SP), Bolsonaro citou “agressões internas” e cobrou preparação dos fardados. “Não podemos admitir que a traição venha de gente de dentro do país”, disse Bolsonaro, sem citar nomes. O presidente já ameaçou as eleições de outubro publicamente mais de uma vez.

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A troca de farpas preocupa.  Em tentativa de minimizar os conflitos, o ministro Luiz Fux, inclusive, tentou realizar reunião entre os três Poderes. Contudo, logo voltou atrás e cancelou o encontro declarando que o presidente da República insiste em atacar integrantes do STF e colocar sob suspeição o processo eleitoral brasileiro
A declaração de Fux foi feita após Bolsonaro voltar a ameaçar a realização das eleições de 2022
“É uma resposta de um imbecil. Lamento falar isso para uma autoridade do STF. O que está em jogo é o nosso futuro e a nossa vida, não pode um homem querer decidir o futuro do Brasil na fraude”, disse o presidente
“Não tenho medo de eleições. Entrego a faixa para quem ganhar no voto auditável e confiável. Dessa forma, corremos o risco de não termos eleições no ano que vem”, declarou
Durante as lives semanais, o assunto é recorrente. Bolsonaro prometeu que apresentaria, em uma delas, prova de fraudes eleitorais que supostamente ocorreram em 2014. No entanto, acabou alegando que “não tem como comprovar que as eleições foram fraudadas” e, mesmo assim, prosseguiu atacando o sistema eleitoral
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Desde eleito, o presidente Jair Bolsonaro (PL) tem travado grandes embates com a Justiça Eleitoral. Ele é, juntamente com aliados, uma das principais vozes no questionamento do processo brasileiro

Felipe Menezes/Metrópoles
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A troca de farpas preocupa. Em tentativa de minimizar os conflitos, o ministro Luiz Fux, inclusive, tentou realizar reunião entre os três Poderes. Contudo, logo voltou atrás e cancelou o encontro declarando que o presidente da República insiste em atacar integrantes do STF e colocar sob suspeição o processo eleitoral brasileiro

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A declaração de Fux foi feita após Bolsonaro voltar a ameaçar a realização das eleições de 2022

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“É uma resposta de um imbecil. Lamento falar isso para uma autoridade do STF. O que está em jogo é o nosso futuro e a nossa vida, não pode um homem querer decidir o futuro do Brasil na fraude”, disse o presidente

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“Não tenho medo de eleições. Entrego a faixa para quem ganhar no voto auditável e confiável. Dessa forma, corremos o risco de não termos eleições no ano que vem”, declarou

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Durante as lives semanais, o assunto é recorrente. Bolsonaro prometeu que apresentaria, em uma delas, prova de fraudes eleitorais que supostamente ocorreram em 2014. No entanto, acabou alegando que “não tem como comprovar que as eleições foram fraudadas” e, mesmo assim, prosseguiu atacando o sistema eleitoral

Reprodução/Youtube
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Em resposta, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou, por unanimidade, portaria da Corregedoria-Geral da Justiça Eleitoral para a instauração de um inquérito administrativo contra Bolsonaro. Além disso, pediram ainda que o incluíssem em outro inquérito, o das fake news

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Bolsonaro, por sua vez, criticou o inquérito e ameaçou o STF. “O meu jogo é dentro das quatro linhas, mas se sair das quatro linhas, sou obrigado a sair das quatro linhas. O Moraes, ele investiga, ele pune e ele prende. Se eu perder as eleições vou recorrer ao próprio TSE? Não tem cabimento”, afirmou em entrevista ao canal da Jovem Pan

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Após a declaração de Bolsonaro, Alexandre de Moraes postou no twitter que “ameaças vazias e agressões covardes não afastarão o STF de exercer sua missão constitucional de defesa e manutenção da democracia e do Estado de direito”

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Jair Bolsonaro reclamou da retirada de veículos blindados

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Como consequência da ação, o TSE enviou ao STF uma notícia-crime contra o presidente

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Recentemente, o conflito entre Jair e o TSE ganhou novos capítulos. Isso porque Bolsonaro passou a estimular um clima de disputa entre o TSE e as Forças Armadas

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Durante lives semanais, o chefe do Executivo federal acusou o TSE de “carimbar como confidenciais” sugestões dos militares para aprimorar a segurança das urnas eletrônicas e voltou a colocar em dúvida a segurança do sistema de contagem dos votos

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Segundo o coronel Marcelo Pimentel, o discurso do suposto golpe é alimentado por “quatro ou cinco” generais que, com Bolsonaro, parecem apoiar uma eventual tentativa de ruptura institucional. Entre eles, na visão de Pimentel, os generais Paulo Sérgio Nogueira, ministro da Defesa; Walter Braga Netto, ex-ministro e provável vice na chapa de Bolsonaro; Augusto Heleno, ministro do GSI; e Luiz Eduardo Ramos, ex-ministro e auxiliar de Bolsonaro na campanha.

Como consequência desse movimento, prosseguiu Pimentel, parte da sociedade parece estar perdendo a confiança nas Forças Armadas. Para justificar a tese, citou uma pesquisa de junho do Ipespe que apontou que o índice de confiança da população nos militares era de 70% em 2018, antes de Bolsonaro assumir. Agora, caiu para 58%.

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