Alvos suspeitam que Ramagem espionou jantar durante racha do PSL
Polícia Federal mencionou que Alexandre Ramagem ordenou que um jantar com Rodrigo Maia e Joice Hasselmann fosse espionado pela Abin
atualizado
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Há forte suspeita, entre os alvos espionados por Alexandre Ramagem, de que o jantar monitorado pelo então diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) tenha ocorrido em outubro de 2019, em meio ao racha de deputados do PSL — o antigo partido de Bolsonaro.
Na ocasião, Bolsonaro tentava assumir o controle do PSL e buscava apoios para remover o líder do partido na Câmara, Delegado Waldir. O então presidente teve atuação destacada no episódio, conhecido como “guerra das listas”, e emplacou Eduardo Bolsonaro na liderança da sigla.
O jantar, segundo a ex-deputada Joice Hasselmann, ocorreu na Residência Oficial da Presidência da Câmara, ocupada por Rodrigo Maia em 2019. Além de Joice e Maia, a Polícia Federal citou que participaram da reunião o então vice-presidente do PSL, Antonio Rueda, e o então secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres.
A PF apurou que o proprietário de uma Pajero Full passou a ser monitorado após ir ao encontro. Entre os políticos que estavam naquele jantar, mas que não foram mencionados pela PF, estão o ex-deputado Felipe Francischini e Mendonça Filho, hoje deputado pelo União Brasil.
O jantar foi citado por Francischini em uma reunião que o PSL organizou, no dia 16 de outubro de 2019, para lavar a roupa suja na Câmara. O encontro acabou gravado por Daniel Silveira e foi divulgado para a imprensa naquela semana. Francischini disse, no áudio da época, que a fusão do PSL com o DEM foi discutida durante a refeição, o que revoltou Bolsonaro.