Alvo das big techs, Comissão de Comunicação é tomada por bolsonaristas
Big techs trabalharam para bolsonaristas ocuparem a Comissão de Comunicação para impedir a discussão de projetos que regulam redes sociais
atualizado
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O esforço das big techs para neutralizar a nova Comissão de Comunicação da Câmara surtiu efeito. O colegiado foi tomado por bolsonaristas que se opõem às propostas de regulação das redes sociais.
A coluna mostrou que os bolsonaristas foram orientados a entrar na comissão por um advogado que faz relações governamentais para as big techs. Ele argumentava que deputados de esquerda poderiam usar o colegiado para discutir projetos que regulam a publicação de fake news em plataformas digitais.
Apenas quatro deputados de partidos de esquerda estão entre os 26 titulares da comissão: André Figueiredo (PDT-CE), Carol Dartora (PT-PR), Gervásio Maia (PSB-PB) e Luiza Erundina (PSol-SP).
Só o PL terá cinco titulares na comissão, entre eles Bibo Nunes (RS), Filipe Barros (PR) e Mario Frias (SP). Lideranças da bancada evangélica também ocuparam o colegiado, como Cezinha de Madureira (PSD-SP), Silas Câmara (Republicanos-AM) e David Soares (União Brasil-SP) e Marcos Soares (União Brasil-RJ), ambos filhos do pastor R.R. Soares.
Os deputados definiram que o presidente da comissão será Amaro Neto, apresentador de um programa policial na TV Vitória, afiliada da Record. O parlamentar é do Republicanos do Espírito Santo.
Na primeira sessão do colegiado, o suplente Gustavo Gayer (PL-GO) protocolou um requerimento para convocar uma audiência contra a “censura” nas redes sociais. Gayer citou o extremista bolsonarista Allan dos Santos como uma das pessoas que poderão ser convidadas a participar da sessão.