Alvo da Polícia Federal no RJ, gestor da Cedae mantém cargo
Allan Borges, gestor de governança ambiental da Cedae, é investigado por supostos desvios em programas assistenciais do governo do RJ
atualizado
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Uma semana após ser alvo da PF, o gestor de governança ambiental da Companhia de Águas do Rio de Janeiro (Cedae), Allan Borges, continua no cargo público. Borges foi um dos alvos da Operação Sétimo Mandamento, que mirou também o irmão de criação do governador Cláudio Castro, Vinícius Sarciá.
Borges é um dos investigados por supostos desvios e fraudes em programas assistenciais do governo do Rio de Janeiro. O gestor da Cedae foi alvo de busca e apreensão em sua casa no último dia 20. Também teve os sigilos fiscal, bancário e telemático quebrados.
Borges foi presidente da Fundação Leão XIII, protagonista do inquérito que baseou a operação do último dia 20. Na época em que Borges chefiou a Fundação Leão XIII, a empresa pública era subordinada a Cláudio Castro, então vice-governador e atual governador.
Como presidente da Leão XIII, Borges foi citado em investigações do Ministério Público do Rio de Janeiro como o responsável por assinar um aditivo sem licitação de R$ 21 milhões com a Servlog, firma que é suspeita de ter pago R$ 100 mil em propina ao governador Cláudio Castro em 2019.
Apesar de ter sido citado na investigação do MP em 2020, Borges não foi denunciado. Após Castro assumir o Palácio Guanabara, o gestor de governança ambiental da Cedae já passou por pelo menos três cargos públicos. Borges foi, em 2021, subsecretário de Infraestrutura e Habitação do governo do estado. Já em 2022, como informou a coluna, foi coordenador do projeto fracassado de ocupação de favelas, o Cidade Integrada, que teve um orçamento de R$ 500 milhões. Em março deste ano, Borges foi nomeado na Cedae.
A Cedae é, atualmente, a empresa pública que desperta mais interesse nos investigadores. Agentes da corporação investigam, principalmente, como foi administrado o montante bilionário que a empresa pública recebeu com a privatização em 2021, que rendeu R$ 14,4 bilhões aos cofres públicos do Rio de Janeiro.
Procurada, a Cedae disse que “o inquérito apura fatos que não têm nenhuma ligação com o cargo e as funções que Allan Borges desempenha na Cedae”, apesar de Borges ser investigado por suposto desvio de dinheiro público. A empresa afirmou também que não existem fundamentos para tomar qualquer decisão antes da conclusão das investigações.
“Não há acusação formal de que Allan Borges tenha recebido vantagens indevidas ou praticado ato de improbidade administrativa, devendo prevalecer o princípio constitucional da presunção de inocência”, afirmou.