Um dos alvos da Operação Tempus Veritatis, que mirou o núcleo duro do golpismo no governo Jair Bolsonaro, o general e ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira contratou para defendê-lo um advogado criminalista que tem entre suas especialidades a Justiça Militar.

Com procuração do general desde o sábado (17/2), Andrew Fernandes pediu nesta segunda-feira (19/2) ao ministro Alexandre de Moraes acesso à íntegra das investigações sobre Nogueira de Oliveira a partir do inquérito das milícias digitais.

Ex-presidente da Comissão de Direito Militar da seccional da Ordem dos Advogados do Brasil no Distrito Federal, Fernandes já foi condecorado com o grau de “distinção” da Ordem do Mérito Judiciário Militar, do Superior Tribunal Militar (STM). A honraria foi entregue a ele em 2021.

Segundo as investigações da Polícia Federal, o ex-ministro da Defesa fazia parte de um núcleo de oficiais de alta patente que agiram por um golpe de Estado. Faziam parte da mesma frente, segundo a PF, o general reformado e ex-ministro Walter Braga Netto, o então comandante da Marinha, Almir Garnier e os generais Mário Fernandes, Estevam Theophilo e Laércio Vergílio.

Na reunião entre Bolsonaro e a cúpula do governo em 5 de julho de 2022, o então ministro da Defesa tratou do Tribunal Superior Eleitoral como um “inimigo” e declarou que a Comissão de Transparência Eleitoral era “pra inglês ver” e um “ataque à democracia”.