Allan dos Santos quer comprar espaço em programas de rádio e televisão
Investigado por disseminar fake news e ameaçar democracia, ativista bolsonarista quer ampliar seu público
atualizado
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O ativista bolsonarista Allan dos Santos, dono do canal Terça Livre e alvo dos inquéritos das fake news e dos atos antidemocráticos no Supremo Tribunal Federal (STF), tem planos de comprar espaço na programação de rádios e TVs abertas. A estratégia é uma resposta ao cerco ao discurso de ódio e à desinformação nas redes sociais, apostando na falta de fiscalização sobre o conteúdo de rádios e TVs.
Emissoras regionais costumam ser populares no interior do país e passam despercebidas pelos órgãos fiscalizadores. Bolsonaro, inclusive, têm procurado rádios administradas por políticos e empresários simpáticos ao governo federal para dar entrevistas nas últimas semanas.
Em uma live transmitida em 31 de maio, Santos anunciou, no tom grandiloquente que lhe é próprio, ter o plano para levar o conteúdo que produz às rádios e à televisão.
O anúncio foi feito quando o Terça Livre lançou um estúdio para transmitir os programas gravados em Brasília. O ativista está nos Estados Unidos desde que entrou na mira da Justiça. “Pela primeira vez o Terça Livre dá um passo não para a sobrevivência, mas para a guerra, para o combate”, disse. “Quando você vai para o combate, você precisa estar com as mesmas armas do seu adversário.”
“É uma questão de tempo para a gente chegar na TV agora”, acrescentou. O ativista contou ter recebido pedidos de rádios para vender o conteúdo do Terça Livre — só não disse quais.
Naquele dia, no início da live, o canal reproduziu uma mensagem de texto na tela pedindo para que apoiadores contribuam financeiramente com o canal para ajudar a alcançar a meta. “Torne-se um assinante e nos ajude a chegar na TV e na rádio.”
Pessoas que tiveram contato com os planos do Terça Livre dizem duvidar da capacidade do ativista de atuar fora da internet. Santos é descrito como alguém “megalomaníaco”. Outra dificuldade para o ativista está na impossibilidade de arrendar o espaço do jornalismo nos canais de televisão aberta. Entre as grandes redes, apenas a direção da RedeTV! concorda com esse tipo de transação.