Aliados do Planalto na comissão do voto impresso não viram live e se veem em minoria
Dois bolsonaristas não assistiram à live; no Alvorada, Bolsonaro usou informações falsas para acusar supostas fraudes
atualizado
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Um dia após a live em que Jair Bolsonaro distorceu fatos e usou informações falsas para jogar suspeita sobre o processo eleitoral, bolsonaristas da comissão da Câmara que analisa a adoção do voto impresso admitiram que se veem em minoria no colegiado. Alguns nem assistiram à live.
Mais cedo, o presidente da Câmara, Arthur Lira, responsável por pautar projetos no plenário e também aliado de Bolsonaro, disse que a proposta do voto impresso é uma “perda de tempo”.
“Eu não assisti à live. Estava na estrada, no interior de São Paulo. Vamos ver como fica na semana que vem”, afirmou Guilherme Derrite, do PP de São Paulo, titular da comissão e portanto com direito a voto.
“Não vi a live, não posso fazer essa avaliação. Hoje nós perderíamos. Temos de aguardar a volta do recesso, na próxima semana”, declarou Pedro Lupion, do DEM do Paraná, também favorável à proposta. No mês passado, Lupion passou de titular a suplente por decisão de seu partido. O DEM é uma das 11 legendas que fizeram uma aliança contra o voto impresso.
Marco Feliciano, do Republicanos de São Paulo, titular no conselho, afirmou que a live animou “bastante”, mas não respondeu se bolsonaristas sairiam vitoriosos na comissão. “Só o presidente da comissão tem informações assim”.
Outro entusiasta do projeto é Otoni de Paula, do PSC do Rio de Janeiro. É suplente na comissão. Seu correligionário, Paulo Martins, preside o colegiado e também defende o voto impresso. “A live muda pouca coisa no clima da comissão. O que talvez vai mudar o humor dos deputados é a pressão popular do domingo”, disse Otoni, que participará dos protestos convocados por Bolsonaro.
Do lado dos críticos ao voto impresso está o deputado Fábio Trad, do PSD do Mato Grosso do Sul, que ocupa uma cadeira de titular. Segundo o parlamentar, a missão dos bolsonaristas para levar o texto ao plenário ficou ainda mais árdua .
“A impressão é que piorou para o governo. Bolsonaro criou uma expectativa de que apresentaria algo devastador contra o sistema de votação, mas o que se viu foi um disparate. Como está, hoje a proposta não passa”.