Aliados do governo atacam indígenas em redes sociais
Assessor especial de Bolsonaro é um dos autores de discurso do ódio
atualizado
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Aliados do governo Bolsonaro têm feito ataques de discurso de ódio contra indígenas em redes sociais desde que o STF iniciou a discussão sobre o marco temporal.
Um assessor especial do gabinete de Bolsonaro, a deputada extremista Carla Zambelli e uma prima da ministra Tereza Cristina foram alguns dos responsáveis pelas publicações.
O tenente Mosart Aragão, lotado no gabinete de Bolsonaro, usou um vídeo de uma manifestação ocorrida em frente à Câmara para falar que “índios são fabricados como massa de manobra”.
Índios fabricados como massa de manobra, jogaram pedras e pedaços de pau em policiais militares e em pessoas que instalavam banners em alusão ao 7 de Setembro em Brasília. pic.twitter.com/hlC3wBfGNi
— Tenente Mosart Aragão (@AragaoMosart) September 2, 2021
Zambelli também usou seu Twitter para atacar povos indígenas que manifestavam contra o Marco Temporal. “CUT, foice & martelo e muito iPhone marcaram os “protestos” em Brasília”, escreveu a deputada em tom de ironia.
CUT, foice & martelo e muito iPhone marcaram os “protestos” dos “indígenas” em Brasília.
Jogaram pedras em PMs depois do último ato em que flecharam diversos Policiais Legislativo e um servidor na Câmara dos Deputados.
Até quando a imprensa vai fingir não ver tudo isso? pic.twitter.com/FK6Y6SVyQE
— Carla Zambelli (@CarlaZambelli38) September 3, 2021
A prima de Tereza Cristina, ministra da Agricultura, publicou um tuíte em defesa do marco temporal, chamou indígenas que estavam protestando de “turma nutella índio do asfalto” e também insinuou que indígenas não podem ter iPhones, sem explicar a razão que a levou a pensar assim.
Sao militantes indigienistas. Turma nutella indio do asfalto. #MarcoTemporalSim pelo direito de propriedade https://t.co/C0mEIT5TNk
— Miriam Correa 🚜🇧🇷 (@mcorrea_7) September 2, 2021
A birra da prima de Tereza Cristina, Miriam Correa, com povos indígenas não se restringe a objetos de consumo. Correa faz parte de uma disputa histórica por terras no Mato Grosso do Sul.
Duas tribos índigenas do estado reivindicam terras que, segundo relatório da Funai, foram compradas de maneira irregular pela família Correa. A ministra hoje é uma das proprietárias da “Fazenda Esperança”, que é controlada pela família desde 1968 e supostamente ocupa territórios indígenas.