Aliado de Moro teve salário na Câmara bloqueado por dívida trabalhista
Salário do deputado Julian Lemos na Câmara foi bloqueado em novembro; ex-bolsonarista ciceroneou Sergio Moro em viagem à Paraíba
atualizado
Compartilhar notícia
O deputado Julian Lemos, cicerone de Sergio Moro em viagem à Paraíba no início do mês, teve seu salário da Câmara bloqueado por uma dívida trabalhista. O bloqueio de R$ 10,8 mil aconteceu em novembro, por ordem do Tribunal Regional do Trabalho da 13ª Região, na Paraíba. Quatro anos antes de marcar encontros eleitorais para Moro, Julian chefiou a campanha de Jair Bolsonaro no Nordeste.
O processo trabalhista foi movido em 2013 por um ex-empregado da empresa Perímetro Segurança Privada, que era controlada por Ravena Coura, ex-mulher do deputado federal. Segundo a ação, a empresa deixou de pagar diversas obrigações trabalhistas, como salários, férias e fundo de garantia. Ainda, o ex-funcionário alegou sofrer humilhações ao cobrar o salário: “Come uma manga que a fome passa”, ouviu dos patrões, de acordo com a vítima.
Oito anos depois, com a dívida ainda pendente, a defesa do ex-funcionário pediu que o valor fosse cobrado de Julian Lemos, que aparece como responsável pela firma em outros processos trabalhistas. O juiz concordou com o pedido em abril de 2021. A conta de Julian na Câmara seria bloqueada em R$ 10,8 mil em novembro.
No último dia 9, a coluna mostrou que Julian se livrou do terceiro processo por violência doméstica. Dois foram movidos por Ravena Coura, a ex-mulher citada no imbróglio trabalhista, que depois recuou e retirou a queixa. O mais recente foi apresentado pela irmã do deputado, que em setembro desistiu da acusação.