Aliado de Alckmin fica em encruzilhada diante de aproximação com Lula
Ex-prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa quer ser candidato a deputado federal, mas seu eleitorado tem tendências antipetistas
atualizado
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Um dos principais aliados de Geraldo Alckmin caiu em uma encruzilhada desde que o ex-governador alimentou a perspectiva de se tornar vice de Lula na eleição de 2022. O ex-prefeito de Santos Paulo Alexandre Barbosa estava estruturando uma candidatura à Câmara dos Deputados, mas precisará decidir se seguirá Alckmin ou se trilhará outro caminho no pleito.
Antes da especulação envolvendo Lula, Alckmin negociava a ida para o PSD para concorrer ao governo de São Paulo, e Barbosa era tratado como um dos principais candidatos do partido à Câmara.
O acordo com o ex-ministro Gilberto Kassab, presidente do PSD, previa uma dobradinha entre Barbosa e o ex-vereador Andrea Matarazzo, que estuda concorrer à Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp).
O planejamento do PSD acabou suspenso com a indefinição de Alckmin. O ex-governador ficou balançado com a proposta de Lula, mas só anunciará uma decisão em 2022. Se aceitar a vice do petista, Alckmin terá de se filar ao PSB ou ao Solidariedade, já que o PSD lançou o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, na disputa presidencial.
Aliados de Alckmin dizem que Barbosa é muito leal a Alckmin, mas teria dificuldades em abraçar a candidatura de Lula por ser conhecido pelo eleitorado como um tucano tradicional, com histórico de oposição ao PT.
Nas duas vezes em que foi eleito prefeito de Santos no primeiro turno, em 2012 e 2016, Barbosa venceu adversários de esquerda com folga. Em 2020, ele fez seu sucessor, Rogério Santos (PSDB), ser eleito no primeiro turno também.
O vice-governador de São Paulo, Rodrigo Garcia, espera convencer Barbosa a desistir da desfiliação para concorrer à Câmara pelo PSDB. A permanência no partido teria de ser conversada não só com Alckmin, mas também com João Doria.
Em 2018, Barbosa disse que Doria era um “traidor” e declarou voto em Márcio França (PSB) no segundo turno da eleição ao governo de São Paulo. A afirmação fez com que ele fosse alvo de um pedido de expulsão por infidelidade partidária, mas o PSDB arquivou a ação em 2019.