Em outubro do ano passado, D’Ávila disse que o papa e a Igreja Católica eram “safados”, “vagabundos” e “pedófilos”. O deputado bolsonarista é próximo ao ex-ministro Ricardo Salles e se tornou um dos articuladores políticos da pré-campanha do ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, ao governo de São Paulo.
A Comissão de Ética aprovou um relatório para suspender o mandato de D’Ávila por três meses. A Mesa Diretora da Alesp atestou que o caso transcorreu dentro da legalidade e liberou a ação para o cumprimento dos ritos internos. O presidente da Alesp, Carlão Pignatari (PSDB), deve marcar o julgamento em plenário para a próxima semana.
Espera-se que o plenário concorde com a punição para D’Ávila. Nesse caso, a Mesa Diretora pretende estender a suspensão para o gabinete do deputado e impedir o suplente de assumir o cargo. A medida deve deixar todos os servidores que trabalham para D’Ávila sem receber salários por três meses.
A avaliação da Mesa Diretora é de que a pena aprovada pela Comissão de Ética foi muito branda diante do nível dos xingamentos que D’Ávila dirigiu ao papa — o plenário não pode alterar o relatório que será votado. A suspensão do gabinete, portanto, seria uma forma de endurecer a punição ao deputado.
A Procuradoria da Alesp foi acionada por integrantes da Mesa Diretora e está avaliando se a medida é constitucional.
(Atualização às 18h30 do dia 9 de março de 2022 – A Alesp enviou uma nota dizendo que “a Mesa Diretora não faz nenhuma avaliação e não tem qualquer ingerência sobre as decisões do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar”. A Assembleia afirmou que “o colegiado, formado por dez parlamentares, tem total autonomia para conduzir os casos e propor as devidas penalidades, que são encaminhadas para votação pelo Plenário da Casa, soberano nas suas decisões”. Ainda segundo a Alesp, a Mesa Diretora “não trata da suspensão do trabalho de gabinetes parlamentares”, sendo que “a decisão de manter ou nomear novos integrantes do gabinete é de exclusividade do parlamentar suplente da vaga”.)
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