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Advogados querem que TSE investigue se ministros do STF ameaçaram Moro

Grupo Prerrogativas diz que, se comprovada, denúncia da campanha de Moro é “gravíssima” e pode configurar crime contra a ordem democrática

atualizado

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Marco Aurélio de Carvalho
1 de 1 Marco Aurélio de Carvalho - Foto: Divulgação

O Grupo Prerrogativas, constituído por advogados críticos da Lava Jato, defendeu nesta terça-feira (1/2) que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) abra um inquérito para apurar a denúncia feita pela presidente do Podemos, Renata Abreu, de que ministros do STF estariam ameaçando a candidatura de Sergio Moro à Presidência.

“Essas denúncias são gravíssimas e precisam ser imediatamente apuradas. O Grupo Prerrogativas sugere que seja instaurado um inquérito no bojo do próprio TSE, com acompanhamento da Polícia Federal, para apurar os fatos e as eventuais responsabilidades. Se as denúncias forem verdadeiras, o que não acreditamos, estamos diante de um crime contra a ordem democrática, um crime contra as eleições, o que é gravíssimo num regime democrático e num estado de direito”, disse Marco Aurélio de Carvalho, coordenador-geral do Prerrogativas.

Como a coluna mostrou mais cedo, Renata Abreu afirmou durante um jantar com empresários na segunda-feira (31/1), em São Paulo, que ministros do STF atuam para barrar a candidatura de Moro. “Eu estou trabalhando muito nas alianças, sabendo que não é fácil. Não é por incompetência. É porque existe uma mobilização de ex-presidente, do atual presidente e do STF, que ameaça mesmo [a candidatura]”, disse.

A presidente do Podemos também indicou no jantar que ministros do STF poderiam agir para convencer integrantes do União Brasil a não endossarem a candidatura de Moro. A coluna mostrou em dezembro que um ministro do STF procurou a cúpula do futuro partido para apresentar argumentos contrários à aliança.

“Eu realmente acho grave. Ela está sugerindo que os ministros do STF estão atuando para favorecer tais ou quais candidatos em detrimento de outros. Isso é gravíssimo numa democracia, porque o STF tem competências muito bem definidas. É uma denúncia que precisa ser apurada”, afirmou Marco Aurélio de Carvalho.

O coordenador-geral do Grupo Prerrogativas disse, no entanto, que a denúncia de Renata Abreu parece ser pouco crível. “Ao que parece, isso é uma estratégia que revela o desespero do ex-juiz Sergio Moro, que patina nas pesquisas e para viabilizar a tal da terceira via”, declarou. “Se for o caso, aqueles que sugeriram o cometimento dos delitos precisarão responder, porque estaríamos diante de um tipo penal que é muito assemelhado à denunciação caluniosa.”

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A união dos dois se deu pela forte oposição ao ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
Presidente Jair Bolsonaro e o então ministro Sergio Moro
Outrora aliados, Bolsonaro e Moro trocam críticas públicas frequentemente
No fim de agosto de 2019, Bolsonaro ameaçou tirar Maurício Valeixo, chefe da Polícia Federal indicado por Moro, do cargo de direção da corporação
“Ele é subordinado a mim, não ao ministro, deixar bem claro isso aí”, afirmou, na época, o presidente
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Após 22 anos de magistratura, o ex-juiz Sergio Moro, conhecido por conduzir a Lava Jato, firmou aliança com Bolsonaro e assumiu a condução do Ministério da Justiça, em 2019

Rafaela Felicciano/Metrópoles
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A união dos dois se deu pela forte oposição ao ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT)

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Presidente Jair Bolsonaro e o então ministro Sergio Moro

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Outrora aliados, Bolsonaro e Moro trocam críticas públicas frequentemente

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No fim de agosto de 2019, Bolsonaro ameaçou tirar Maurício Valeixo, chefe da Polícia Federal indicado por Moro, do cargo de direção da corporação

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“Ele é subordinado a mim, não ao ministro, deixar bem claro isso aí”, afirmou, na época, o presidente

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Em 24 de abril de 2020, Bolsonaro exonerou Valeixo do comando da PF e Moro foi surpreendido com a decisão

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Sergio Moro critica o presidente Jair Bolsonaro (PL) em uma entrevista ao Estadão

HUGO BARRETO/ Metrópoles
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Para o senador, Moro não representa um adversário forte por não integrar o cenário político e não possuir o "exército de seguidores" de Bolsonaro

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Em novembro, o ex-juiz retorna ao Brasil e se filia ao partido Podemos. Pela sigla, lançou-se pré-candidato à Presidência da República

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A relação, antes amigável, torna-se insustentável. Em entrevistas e nas redes sociais, Moro e Bolsonaro protagonizam trocas de farpas

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