Advogada diz que reunião de caso Queiroz no Planalto foi “necessária”
À coluna, Juliana Bierrenbach negou irregularidades na reunião e disse ser necessário “licença” de grupo político em atuação da defesa
atualizado
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Em entrevista à coluna nesta terça-feira (16/7), a advogada Juliana Bierrenbach negou ter havido irregularidades na reunião no Palácio do Planalto em que ela e a outra advogada do senador Flávio Bolsonaro, Luciana Pires, conversaram com o então presidente Jair Bolsonaro, o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno e o ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Alexandre Ramagem sobre estratégias para invalidar o caso da rachadinha da Alerj, contra Flávio.
A reunião ocorreu em 25 de agosto de 2020 e foi registrada em um áudio, gravado por Ramagem. Apreendido pela Polícia Federal em um computador do ex-chefe da Abin, o conteúdo da gravação foi divulgado nessa segunda-feira (15/7) pelo ministro do STF Alexandre de Moraes.
Conforme havia revelado a coluna em 2020, foi debatida no encontro uma suposta devassa ilegal da Receita Federal contra Flávio Bolsonaro que, se comprovada, poderia levar à anulação do caso da rachadinha. Isso porque o Relatório de Inteligência Financeira (RIF) que mostrou transações atípicas e suspeitas de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio apontado como operador do esquema, teria sido produto da atuação de uma organização criminosa que atuava dentro do fisco.
Na entrevista, Juliana disse que, por se tratar de um senador e filho do então presidente, seriam necessárias conversas como essa no Planalto. Ela não viu problemas no fato de o encontro mobilizar um ministro de Estado e o chefe da agência de inteligência do governo na definição de estratégias da defesa de Flávio.
“Você advogar para um senador da República, filho do presidente da República, é evidente que você tem que pedir a um grupo a licença para cada passo que você vai dar. Isso não é por uma questão de tentar fazer uma ilegalidade, é porque existem muitas pessoas pensando na defesa dele”, declarou. “
Embora tenha defendido na reunião, diretamente a Bolsonaro, que o GSI teria “atribuição” para apurar ilegalidades da Receita contra Flávio, a ex-advogada do senador afirmou que a ideia de acionar a pasta comandada por Augusto Heleno foi de sua ex-sócia, Luciana Pires. “Eu não esperava que o Bolsonaro estivesse ali e tecnicamente não entendia que aquilo fosse para ser protocolado no GSI. Mas houve essa determinação por quem estava conduzindo essa defesa”.
“Achava inicialmente que a gente deveria fazer esse pedido direto na Receita Federal, e não para o GSI, era o que eu achava. Inclusive, agora que o áudio está liberado e posso falar sobre isso, o Ramagem entendeu dessa forma também. Na reunião, ao contrário do que disseram de o Ramagem usar a Abin, o Ramagem falou que isso não deve ser feito ali”, disse.
Veja abaixo trecho em que Juliana Bierrenbach nega irregularidades na reunião:
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