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Advogada de Flávio acusou Ramagem de orientar como anular rachadinha

Em entrevista à coluna, em 2020, a advogada Luciana Pires disse que Alexandre Ramagem foi quem lhe encaminhou os relatórios da Abin

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A advogada Luciana Pires e o senador Flávio Bolsonaro
1 de 1 A advogada Luciana Pires e o senador Flávio Bolsonaro - Foto: Reprodução

Um dos pontos sob investigação da Polícia Federal é a participação de Alexandre Ramagem na produção de provas para anular o caso da rachadinha de Flávio Bolsonaro. O caso foi revelado pela coluna em 2021.

Em entrevista à coluna, em 2020, a advogada Luciana Pires disse que Alexandre Ramagem foi quem lhe encaminhou os relatórios com orientações para a defesa de Flávio Bolsonaro.

Pires disse na ocasião que não seguiu as recomendações de Ramagem. “Não fiz nada. Não vou fazer nada do que ele está sugerindo. Vou fazer o quê? Não está no meu escopo. Tem coisa que eu não tenho controle.”

Ramagem sempre negou participação na produção dos relatórios, mas nunca cobrou Luciana Pires pela frase.

A coluna revelou que a Abin produziu pelo menos dois relatórios para orientar a defesa de Flávio Bolsonaro, em 2020. Nos dois documentos, cuja autenticidade e procedência foram confirmadas pela defesa do senador, a Abin detalha o funcionamento da suposta organização criminosa em atuação na Receita Federal (RFB), que, segundo suspeita dos advogados de Flávio, teria feito um escrutínio ilegal em seus dados fiscais para fornecer o relatório que gerou o inquérito das rachadinhas.

Um dos documentos é autoexplicativo ao definir a razão daquele trabalho.

Em um campo intitulado “Finalidade”, cita: “Defender FB no caso Alerj demonstrando a nulidade processual resultante de acessos imotivados aos dados fiscais de FB”. Os dois documentos foram enviados por WhatsApp para Flávio e por ele repassados para sua advogada Luciana Pires.

O primeiro contato de Alexandre Ramagem com o caso foi numa reunião no gabinete de Jair Bolsonaro, em 25 de agosto daquele ano, quando recebeu das mãos das advogadas de Flávio uma petição, solicitando uma apuração especial para obter os documentos que embasassem a suspeita de que ele havia sido alvo da Receita. Ramagem ficou com o material, fez cópia e devolveu no dia seguinte a Luciana Pires, que voltou ao Palácio do Planalto para pegar o documento, recebendo a orientação de que o protocolasse na Receita Federal. A participação da Abin, a partir daí, seguiria por meio desses relatórios, enviados a Flávio Bolsonaro, com orientações sobre o que a defesa deveria fazer.

No primeiro relatório, o que especifica a finalidade de “defender FB no caso Alerj”, a Abin classifica como uma “linha de ação” para cumprir a missão: “Obtenção, via Serpro, de ‘apuração especial’, demonstrando acessos imotivados anteriores (arapongagem)”. O texto discorre então sobre a dificuldade para a obtenção dos dados pedidos à Receita e, num padrão que permanece ao longo do texto, faz imputações a servidores da Receita e a ex-secretários, a exemplo de Everardo Maciel.

“A dificuldade de obtenção da apuração especial (Tostes) e diretamente no Serpro é descabida porque a norma citada é interna da RFB da época do responsável pela instalação da atual estrutura criminosa — Everardo Maciel. Existe possibilidade de que os registros sejam ou já estejam sendo adulterados, agora que os envolvidos da RFB já sabem da linha que está sendo seguida”, diz o relatório, referindo-se a José Tostes Neto, chefe da Receita.

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