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A rotina de Bolsonaro no PL: sumiços, horário militar e fila de prefeitos

Ex-presidente Jair Bolsonaro frequenta a sede do PL, viaja sem avisar e recebe políticos, como prefeitos e deputados

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Ex-presidente Jair Bolsonaro cercado por jornalista na saída do Senado Federal, após reunião com o filho Flávio Bolsonaro
1 de 1 Ex-presidente Jair Bolsonaro cercado por jornalista na saída do Senado Federal, após reunião com o filho Flávio Bolsonaro - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O ex-presidente Jair Bolsonaro ainda está se adaptando à rotina do seu novo emprego, no PL, no qual ganha um salário de quase R$ 40 mil desde que voltou ao Brasil, no fim de março.

No escritório do partido, em Brasília, ele costuma receber deputados e prefeitos. Apesar de ter sido parlamentar por 27 anos, poucas vezes Bolsonaro fez o papel de “político anfitrião”, figurino ao qual, de acordo com interlocutores, ele tem dificuldade de se ajustar.

No PL, o comentário é que Bolsonaro ainda está se acostumando a ser um político comum, sem palanque. O ex-presidente fez carreira dando declarações polêmicas na mídia, sempre projetado pelo fato de ter um mandato. Agora, além de não ser mais deputado, ele é pressionado a vestir de novo a roupa de moderado devido às circunstâncias jurídicas.

Sem paciência para lidar com os esquemas internos de trabalho no partido, é comum que Bolsonaro viaje sem avisar e simplesmente não apareça no escritório. Valdemar Costa Neto, presidente do PL e, em tese, seu chefe, muitas vezes é pego de surpresa por seu cronograma e não sabe onde ele está.

Apesar disso, é diligente em relação aos horários. Costuma chegar na sede do PL muito cedo, às 7h30, bem antes do que fazia no Planalto, e sair por volta das 18h. É um horário de militar, que também nem sempre combina com o da política, que dura até mais tarde.

Outro ponto de adaptação está em seu entorno, no qual antes contava com uma numerosa ajudância de ordens. Desde o início do ano Bolsonaro está sem Mauro Cid Ferreira, que resolvia inúmeras burocracias para ele. Outro ajudante, Max Guilherme, foi preso pela Polícia Federal (PF) recentemente, desfalcando sua equipe bancada pela Presidência da República.

Muitas vezes, segundo pessoas de seu entorno, isso significa que o ex-presidente tem mais dificuldade em executar tarefas básicas, como fazer compras, organizar agendas e outros compromissos.

O interesse em marcar reunião com o ex-presidente é grande. Prefeitos têm procurado Bolsonaro para serem filiados ao PL ao lado dele, por exemplo. Muitos já estão em busca de um naco do fundo eleitoral do PL, estimado internamente em R$ 1 bilhão para 2024, e querem seu apoio.

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metropoles.comGuilherme Amado

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