A influência feminina na política russa, das czarinas à URSS
Obra conta a história de Catarina I e Raíssa Gorbachova, a última primeira-dama da União Soviética.
atualizado
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Uma camponesa que se tornou a primeira mulher a governar a Rússia. Uma jovem que conseguiu abrandar Ivan, o Terrível. Uma primeira-dam que influenciou ideais modernos e menos misóginos na gestão política da União Soviética.
Essas são algumas das histórias contadas por Vladimir Fédorovski em “As czarinas”, livro que aborda a influência feminina na política russa ao longo dos séculos e as ambições, fraquezas e paixões dessas mulheres.
Fédorovski foi diplomata russo durante o período da perestroika, política que previa acabar com a centralização econômica instaurada por Lênin na Revolução Russa, e um dos porta-vozes do movimento democrático do país.
Catarina I, a primeira mulher a governar a Rússia, é uma das personagens centrais. A imperatriz, que antes era uma camponesa chamada Marta Skavronski, casou-se com Pedro, o Grande, e assumiu o governo após a morte do marido, em 1725.
O livro também conta o papel da primeira mulher, de Pedro, o Grande, Anastácia Romanova, em torná-lo um líder mais humano, clemente e aberto a reformas.
O autor, que também é licenciado em história e professor na Universidade de Paris, lembra que os russos chamavam mulheres influentes de “czarinas” mesmo que não tivessem relação com a família imperial.
Raíssa Gorbachova, a última primeira-dama da União Soviética, casada com Mikhail Gorbachov, é uma das personagens mais recentes incluídas no livro.
Raíssa teve uma relação próxima com a carreira política do marido e aproximou Mikhail de métodos nitidamente mais modernos e menos misóginos do que os que caracterizavam o espírito russo.
A obra será lançada em agosto deste ano pela editora Agir.