A 123Milhas, que em 2023 declarou dívida de R$ 2,3 bilhões e está em recuperação judicial, abriu ofensiva nos últimos dias para tentar aumentar o faturamento e honrar os contratos. Em meados de agosto, a empresa terá de publicar a lista de credores, como determinou a Justiça de Minas Gerais no último dia 17.

Entre a sexta-feira (26/7) e a segunda-feira (29/7), um cliente que contratou a 123Milhas ainda antes da pandemia recebeu quatro e-mails da empresa, que não fazia nenhum contato desde 2021. “Quem não gosta de um super estímulo para viajar, né?”, “Hospedagens de tirar o fôlego! Ofertas imperdíveis” e “Presenteie seus pais com uma viagem inesquecível!” foram alguns dos anúncios publicitários. Não houve menção à recuperação judicial.

A Justiça também determinou que a 123Milhas apresente plano de recuperação em outubro, e faça assembleia geral com credores em dezembro. No ano passado, a empresa anunciou a suspensão da emissão de passagens e entrou em recuperação judicial. Como mostrou a coluna, a companhia preparava seu pedido de recuperação 10 dias antes de comunicar o cancelamento das viagens aos clientes.

Procurada, a 123Milhas afirmou:

“O Grupo 123milhas informa que está operando normalmente e que seu principal objetivo é garantir as condições necessárias para honrar com o pagamento de todos os seus credores. A recuperação judicial é uma medida essencial nesse sentido, e o grupo foi totalmente reestruturado para isso. As ações de marketing e promoções contribuem com esse compromisso.” A empresa disse também que fez mais de 1 milhão de embarques no último ano, desde o início da recuperação judicial, “demonstrando ter capacidade operacional e financeira para pagar suas dívidas”.