Wassef é citado em dia de depoimento à PF, após um ano e meio “sumido”
A Justiça do DF tentou, por um ano e meio, citar Frederick Wassef sobre processo judicial em que responde à acusação de injúria racial
atualizado
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O Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDFT) conseguiu citar Frederick Wassef, sobre o processo em que é acusado de cometer injúria racial contra a funcionária de uma pizzaria em Brasília, após tentar encontrá-lo no período de um ano e meio, sem sucesso.
A Justiça do DF surpreendeu o advogado na sede da Polícia Federal, quando ele esteve no local para depor sobre o caso das joias da Arábia Saudita, no último dia 31 de agosto de 2023. As informações são do processo que tramita no TJDFT e são públicas.
Segundo as investigações da PF, Wassef teria recuperado um relógio Rolex Day-Date que, após ter sido recebido pela Presidência da República, tinha sido vendido para a loja Precision Watches.
No DF, Wassef é acusado de dizer à atendente de uma pizzaria que ela era “negra” e tinha “cara de sonsa”. “Não quero ser atendido por você. Você é negra, tem cara de sonsa e não vai saber anotar meu pedido”, teria dito o advogado, de acordo com a acusação.
Em outro momento, no mês seguinte, Wassef foi reclamar com a mulher sobre a comida servida pela pizzaria. Após ouvir a resposta da atendente, Frederick teria a insultado: “Você é uma macaca. Você come o que te derem”.
Wassef tornou-se réu em fevereiro de 2022 e, desde então, a Justiça do DF não conseguia citá-lo sobre o caso. De acordo com Código Penal, enquanto um determinado réu não é citado em relação ao processo judicial, a ação fica paralisada.
Em 31 de maio de 2022, por exemplo, o mandado para citar Wassef não foi cumprido porque ele estaria viajando e estava em “local incerto e não sabido”.
O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) fez diligências para tentar encontrar o advogado e obteve sucesso no último dia 31 de agosto, quando Wassef foi até a PF em São Paulo para depor em relação ao caso das joias, que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF).
Advogado de Wassef no caso do processo de injúria racial, Cleber Lopes disse à coluna que, “na verdade, como ele viaja muito, não conseguiram citá-lo, mas isso não significa que ele estivesse se furtando”. “Agora isso está superado e vamos provar a sua inocência”, afirmou.