Vídeo: PMs jogam spray de pimenta contra sem-teto em prédio público
Policiais militares prenderam nove pessoas após confusão na Administração Regional de Brazlândia, devido a remoção de acampamento
atualizado
Compartilhar notícia
Vídeos mostram o momento em que policiais militares usaram spray de pimenta, na Administração Regional de Brazlândia, na manhã desta segunda-feira (20/3), contra manifestantes sem-teto.
Oito homens e uma mulher foram presos, sob suspeita de invasão e depredação de prédio público, após a remoção de um acampamento irregular na BR-080.
As imagens flagram o momento em que policiais acionam o spray de pimenta dentro da administração da cidade. A ação é revidada com o arremesso de uma cadeira, de dentro para fora do prédio. Os PMs também usaram balas de borracha contra os manifestantes.
Veja imagens:
O grupo de manifestantes nega ter invadido a sede da Administração Regional. Em áudio obtido pela coluna Grande Angular, um dos integrantes do movimento, que não foi identificado, disse que o grupo foi ao local “aguardar a abertura da administração e tentar uma negociação com o administrador da cidade, para não ter a derrubada [do acampamento]”. “Não teve invasão”, acrescentou.
A Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa do DF (CLDF) disse que encaminhará uma denúncia ao Ministério Público investigar eventual violência policial contra o grupo.
Em nota, a PMDF informou que “um grupo de sem-terra invadiu a Administração de Brazlândia”. “Os manifestantes arremessaram cadeiras e extintores de incêndio nos policiais. Oito homens e uma mulher foram presos. Para evitar tumulto e mais dano ao prédio público, a Polícia Militar fez uso seletivo da força”, comunicou a corporação.
Em nota, o DF Legal informa que fará ainda nesta segunda-feira (20/3) “uma operação para desconstituir ocupações instaladas na Área de Proteção Ambiental da Bacia do Rio Descoberto, em Brazlândia. Segundo levantamento da pasta, são cerca de 600 barracos, em aproximadamente 27 hectares, que estão ocupando irregularmente um terreno da Terracap”.
“A área começou a ser invadida no início do ano, por entidades ligadas a movimentos de sem-terra. Vale destacar que se tratam de ocupações irregulares com viés especulativo e imobiliário, sem qualquer característica de assentamento rural. A maioria dos barracos (cerca de 90%) está desabitada e sem possibilidade de ocupação.”
A pasta afirma que os ocupantes não são “pessoas em vulnerabilidade social, uma vez que ostentavam veículos novos e caminhonetes”. “Há lotes sendo vendidos por R$ 8 mil. A pasta ressalta, ainda, que estas são as mesmas lideranças responsáveis pela ocupação de áreas públicas nas cidades de Santa Maria, Sobradinho e Gama.”