Vídeo. Gilmar sobre 8/1: “Justiça não é vingança, mas pessoas têm responsabilidade”
Em entrevista ao Metrópoles, ministro Gilmar Mendes falou sobre a resposta do STF aos atos antidemocráticos de 8 de janeiro
atualizado
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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes defendeu, em entrevista ao Metrópoles, que a atuação das autoridades e os inquéritos sobre os atos antidemocráticos de 8 de janeiro estão sendo eficazes em demonstrar que “a Justiça não é vingança”. No entanto, autores de atentados contra instituições democráticas serão responsabilizados.
Na ocasião, apoiadores extremistas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes em Brasília, na tentativa de reverter o resultado das eleições de 2022, que garantiram vitória ao petista Luiz Inácio Lula da Silva.
Em entrevista ao portal nesta quinta-feira (11/5), o decano da Corte avaliou que as respostas das instituições aos atos de vandalismo estão satisfatórias.
“É importante: Justiça não é vingança. Mas, é preciso que as pessoas saibam que elas têm responsabilidade, e isso me parece que está sendo demonstrado”, frisou.
“Acho que nós estamos tendo uma boa resposta. Se buscarmos um paradigma, comparando com o exterior, o 6 de janeiro do Trumpismo [invasão do Capitólio], nós vamos ver que até hoje eles estão batendo cabeça com esses processos. Nós conseguimos, graças à modernização dos nossos procedimentos virtuais, dar um passo em relação a isso”, prosseguiu.
Assista:
Até o momento, o STF tornou réus 550 denunciados pelos atos golpistas de 8 de janeiro. Outros 250 estão no quarto bloco de votações e, na próxima semana, mais 250 passam pelo crivo dos ministros, em julgamento virtual previsto até 22 de maio. Ao todo, 1.390 pessoas foram indiciadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) pelos atos.
Indicação ao STF
O ministro Gilmar Mendes também comentou os nomes mais cotados à vaga de ministro do STF aberta após aposentadoria de Ricardo Lewandowski, que se aposentou há um mês, completo nesta quinta-feira (11/5).
Segundo ele, o advogado Cristiano Zanin, nome mais cotado para integrar o STF, é “qualificado” e fez uma advocacia “quase heroica”.
Gilmar refere-se à época em que Zanin atuou como advogado do atual presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em abril de 2021, o STF derrubou as condenações de Lula no âmbito da Lava Jato.
Na entrevista, o ministro também se posicionou contra proposta de mandato fixo para ministro do STF, comentou sugestão de redução da maioridade penal e falou sobre a comemoração dos 25 anos do Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), faculdade da qual ele é um dos fundadores.
“Era mais uma aventura acadêmica. Começamos a fazer curso de preparação, depois de especialização e pedimos autorização para mestrado ainda sem ter o curso de graduação. Em 2010, na sede do IDP Sul, nós abrimos o curso de graduação de direito. Nesses anos, o IDP cresceu bastante, passamos a ter doutorado, mestrado em outras áreas como administração, economia, relações internacionais, arquitetura. Ano que vem estamos pensando em curso de psicologia, já autorizado”, contou.
Assista à integra da entrevista ao Metrópoles: