Vídeo: delegado e profissional de saúde discutem sobre “xepa” da vacina
O policial civil queria ser vacinado, e argumentou que atua na fiscalização do toque de recolher, junto à PMDF
atualizado
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Após a definição das regras para uso das doses remanescentes da Covid-19, chamadas de “xepa”, um profissional de saúde e um delegado da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) discutiram sobre o assunto, no Lago Sul.
Um vídeo feito na última quarta-feira (31/3) mostra o momento em que o delegado, que queria ser vacinado, argumenta que a corporação está, todos os dias, ao lado da Polícia Militar, na fiscalização do toque de recolher. “Eu abordei 40 pessoas, cara, na quinta-feira”, disse.
Em seguida, o profissional de saúde afirmou: “Quem está aqui com a gente, todos os dias, escoltando as vacinas, trazendo e levando, é a Polícia Militar do Distrito Federal. Quem está fazendo a segurança nossa, todo dia, é a PM”.
Assista ao vídeo:
Na última sexta-feira (2/4), o Sindicato dos Delegados de Polícia do DF (Sindepo-DF) divulgou uma nota na qual “manifesta indignação pelo tratamento dispensado ao colega no Posto de Saúde do Lago Sul, quando um enfermeiro se recusou a utilizar as sobras das vacinas de Covid-19, afirmando que somente as aplicaria em policiais militares do 5º Batalhão, em desacordo com o plano divulgado pela Secretaria de Saúde do DF, que prevê a utilização para todos os servidores da Segurança Pública”.
“Esse triste episódio reflete o pouco caso que a Secretaria de Saúde vem dispensando aos servidores da Segurança Pública que, não obstante estejam na linha de frente do combate ao coronavírus, submetidos à condições de exposição que determinam o contágio 4 vezes maior do que a população em geral, somente na semana passada receberam a notícia do início de sua imunização, que, até agora não se concretizou”, pontuou o Sindepo-DF.
“É lamentável ver profissionais da segurança pública lutando pelas sobras de vacinas diárias, vulgarmente chamadas ‘xepas’, enquanto profissionais de outras áreas, também incluídos no plano de vacinação, apenas precisam comprovar a condição por meio de seus registros nos respectivos conselhos profissionais, sem a necessidade de comprovarem que estão na linha de frente do combate à Covid-19 ou exercendo a profissão”, reclamou. Segundo o Sindepo-DF informou à coluna Grande Angular, depois da confusão, o delegado conseguiu ser vacinado.
O uso da “xepa” foi regulamentado em uma circular da Secretaria de Saúde, que passou a valer na segunda-feira (29/3). Segundo a determinação da pasta, o imunizante deve ser aplicado nos profissionais das forças de segurança pública do DF, que exercem atividades de rua, prestam serviços essenciais com apoio nas fiscalizações diuturnamente no combate às aglomerações, nas distribuições e escoltas das vacinas, na segurança e manutenção da ordem nos postos de vacinação, organização de trânsito nos drives-thrus, atendimentos pré-hospitalares e que estejam em serviço, prestando apoio na segurança local nos minutos finais que antecedam o término das atividades de todos os postos de vacinas contra Covid-19, seguindo a prioridade por idade.
Confira a nota do Sindepo-DF, na íntegra:
Nota do Sindepo-DF sobre va… by Metropoles
O que diz o GDF
Em nota, a Secretaria de Saúde disse que “o público a ser contemplado com as doses remanescentes, quando elas ocorrem, está definido em circular e foi amplamente divulgado para os veículos de comunicação”. “A circular passou a ser cumprida no dia 29 de março”, ressaltou.
Vacinação
A vacinação dos profissionais das forças de segurança do Distrito Federal terá início a partir da próxima segunda-feira (5/4). Policiais penais lotados no Sistema Penitenciário, assim como policiais federais e rodoviários federais que atuam no DF, fazem parte do grupo.
“A distribuição de todas as doses de vacinas contra Covid-19 destinadas à Segurança Pública seguirá a mesma lógica, à medida que chegarem ao DF”, afirmou o secretário de Segurança Pública, delegado Júlio Danilo.
A organização e os postos para aplicação das doses serão definidos de acordo com o plano interno de cada órgão e deverão levar em conta critérios como idade e maior exposição ao risco de contágio e transmissão.