Vídeo: advogada critica livro que ataca Bolsonaro e super-ricos
A advogada Amanda Marques fez um vídeo em que aponta irregularidades na cartilha distribuída em uma escola pública do Distrito Federal
atualizado
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Cartilha distribuída durante aula de sociologia em uma escola pública do Distrito Federal despertou críticas em razão do conteúdo anti-bolsonarista e de ataque aos “super-ricos”. O livro conta com tirinhas da Niara, personagem de uma campanha chamada Tributar os Super-Ricos e que fala sobre distorções na cobrança de impostos no Brasil.
A advogada Amanda Marques gravou um vídeo contra a cartilha: “É um absurdo. Adolescentes vão para a escola para aprender conteúdo e não para serem manipulados por esse tipo de material”. Assista:
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Em uma das cenas do livro, o material orienta que “todos sejamos Robin Hood”, personagem que rouba dos ricos para dar aos pobres. Para a advogada, a intenção da cartilha é ensinar que “todo rico é ladrão”. “É isso que estão querendo dizer para o seu filho”, afirmou.
A cartilha contém cartazes com os dizeres “Fora, Bozo”, em referência ao presidente Jair Bolsonaro (PSL). Além disso, há imagens do mandatário da República com olhos esbugalhados e vermelhos.
Esclarecimentos
O vídeo de Amanda foi compartilhado pela deputada distrital Júlia Lucy (União Brasil), que pediu esclarecimentos à Secretaria de Educação.
“A liberdade de expressão deve ser respeitada, mas não compactuamos com a difusão de material político nos centros escolares do DF”, salientou.
Apuração da Secretaria de Educação
A Secretaria de Educação do Distrito Federal apura a distribuição da cartilha com teor político aos alunos do Centro de Ensino Médio da Asa Norte (Cean), na 607 Norte.
Segundo a pasta, “a cartilha foi distribuída por um professor de sociologia, sem o conhecimento da direção da escola, da Coordenação Regional de Ensino, nem da Subsecretaria de Ensino Básico”. Veja a íntegra da nota:
“A Secretaria de Educação tomou conhecimento da distribuição de uma cartilha com apologia política no Centro de Ensino Médio da Asa Norte (Cean) e encaminhou o caso imediatamente à Corregedoria.
A referida cartilha não só faz oposição aberta ao atual presidente da República como promove uma dirigente sindical que se declara pré-candidata ao Governo do Distrito Federal por um partido de oposição.
A Secretaria de Educação esclarece que a cartilha foi distribuída por um professor de sociologia, sem o conhecimento da direção da escola, da Coordenação Regional de Ensino nem da Subsecretaria de Ensino Básico.
A Secretaria repudia um ato como esse e informa que não permitirá proselitismo político de nenhuma espécie nas escolas públicas do DF e que fará cumprir fielmente o Regimento da Rede Pública de Ensino do Distrito Federal, que em seu artigo 304 estabelece como “vedado ao professor”:
I – envolver o nome da unidade escolar em manifestações estranhas às suas finalidades educativas;
II – ferir a suscetibilidade dos estudantes no que diz respeito às convicções políticas, religiosas, etnia, condição intelectual, social, assim como no emprego de apelidos e/ou qualificações pejorativas;
III – fazer apologia à política partidária no interior da unidade escolar.”
O Metrópoles apurou que, nessa terça (26/4), houve uma reunião no colégio a fim de discutir o caso. Segundo ata da reunião, escrita à mão e assinada pelos gestores da escola, o material teria sido confeccionado pelo Sindicato dos Professores do DF (Sinpro-DF).
O docente teria dito que a cartilha foi usada em aula como complemento, aproveitando dados e números do conteúdo de desigualdade e concentração de renda, assuntos que tinham a ver com o conteúdo ministrado. Ainda segundo a ata, após a reunião, o professor se comprometeu a recolher o material para não infringir a legislação.
Sinpro
O Metrópoles também procurou o Sinpro para um posicionamento. De acordo com Rosilene Corrêa, diretora do sindicato, a campanha Tributar os Super-Ricos é “nacional, coordenada por profissionais que entendem de tributação, professores de universidades, e que tem algumas entidades, como é o caso do Sinpro, como parceiras”.
Rosilene, que representa o Sinpro na coordenação da campanha, diz que a cartilha não faz defesa partidária. “O cartunista que é contratado pela campanha cria as tirinhas da Niara semanais. Não há nenhum vínculo partidário, nenhum vínculo com a minha pessoa. Essa cartilha foi feita quando juntamos as tirinhas e montamos a revista”, argumentou.