“Velocidade das vias deve ser readequada”, defende promotor de Justiça
O promotor de Justiça Dênio Moura sugere incentivos fiscais e trabalhistas para atrair novos adeptos da bicicleta como meio de transporte
atualizado
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O promotor de Justiça do Distrito Federal Dênio Moura disse que a bicicleta é um meio de deslocamento viável e com muito potencial em Brasília, mas é preciso investir em infraestrutura, segurança e reduzir a velocidade de vias para que a população use cada vez mais as bikes nas ruas da cidade.
“As cidades precisam deixar de ser pensadas em função dos automóveis para se tornarem mais acolhedoras para pedestres, ciclistas, pessoas com deficiência e usuários do transporte coletivo. As ciclovias, ciclofaixas e faixas compartilhadas devem estar conectadas, iluminadas e sinalizadas. Ademais, as velocidades das vias devem ser readequadas, para que todas as formas de deslocamento possam conviver com segurança”, disse o promotor, em entrevista à coluna Grande Angular.
Moura atua na Promotoria de Justiça de Defesa da Ordem Urbanística (Prourb) e desempenha a função de coordenador da Rede Urbanidade, do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), que tem como objetivo promover a mobilidade sustentável e o transporte coletivo no DF. Ele é o autor da ação judicial que pede a redução da velocidade máxima do Eixão, de 80km/h para 60km/h.
A Rede Urbanidade também defendeu a necessidade de readequação de velocidades para os automóveis em vias como o Eixão e a pista que dá acesso à Ponte JK, em reunião com o Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran-DF) e o Departamento de Estradas de Rodagem do Distrito Federal (DER-DF).
A bicicleta como meio de transporte é o tema central da quarta edição da Revista Urbanidade, que será lançada nesta quarta-feira (4/9), durante a abertura do 13º Fórum Mundial da Bicicleta (FMB) e do 11º Encontro Brasileiro de Mobilidade por Bicicleta e Cicloativismo (Bicicultura). Os eventos são de iniciativa da Rede Urbanidade e da Rodas da Paz e ocorrerão, em Brasília, até domingo (8/9), com programação que inclui oficinas, debates, passeios de bicicleta e atividades culturais.
Segundo Moura, “o clima, o relevo e a abundância de áreas verdes do Distrito Federal contribuem bastante para o uso da bicicleta como meio de transporte, mas ainda precisamos investir bastante em infraestrutura e segurança para os ciclistas, além de integrar a malha cicloviária aos demais modos de deslocamento, em especial o transporte público coletivo”.
O promotor de Justiça sugeriu, ainda, que incentivos fiscais e trabalhistas podem ser mecanismos interessantes para atrair novos usuários. “Além disso, as pessoas precisam de locais seguros para deixar as suas bicicletas”, enfatizou.
“Quem anda de bicicleta vê a cidade com outros olhos, se sente mais integrado ao espaço urbano e à natureza e pode ter benefícios para a saúde, a qualidade de vida e o bolso”, afirmou.