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“Vão todos se foder”: Torres diz que se referia à “perda dos avanços”

O ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro, Anderson Torres, foi questionado à PF sobre declaração dada durante reunião ministerial

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Anderson Torres
1 de 1 Anderson Torres - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Ex-ministro da Justiça e Segurança Pública do governo de Jair Bolsonaro (PL), Anderson Torres foi questionado pela Polícia Federal (PF) sobre o que quis dizer ao declarar, durante a polêmica reunião ministerial, que todos iriam “se foder” caso o PT ganhasse as eleições presidenciais de 2022.

Em reunião realizada no dia 5 de julho de 2022, entre Bolsonaro e a cúpula do governo federal, Torres afirmou: “Senhores, todos vão se foder! Eu quero deixar bem claro isso. Eu quero que cada um pense no que poder fazer previamente porque todos vão se foder”.

Durante depoimento dado à PF no dia 22 de fevereiro de 2024, o ex-ministro de Bolsonaro disse que reitera as informações dadas naquele dia e afirmou que se tratava “de um chamamento para que todos os ministros atuassem dentro de suas pastas para que pudessem contribuir com o processo eleitoral que viria e uma almejada vitória”.

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“Não vou comentar o depoimento do general aqui. Mas houve operação com 500 policiais militares ali parados, esperando autorização do Exército para retirar o acampamento. Alguém vir aqui e dizer que [a PMDF] não agiu, [que] não era atribuição [dela], [que] não estava fazendo, é meio complicado. Precisa ser apurado por essa CPI", afirmou
Anderson Torres foi ministro da Justiça de Bolsonaro e será indiciado pela PF
Até a munição não letal da PRF acabou de tanto material usado para coibir. O ex-presidente fez um vídeo pedindo para desocupar as estradas e acho que foi daí que a coisa começou a fluir melhor”, completa
Anderson Torres solicitou que depoimentos do PAD na PF sejam anexados a inqúerito no STF
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Reunião ministerial, em julho de 2022

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“Não vou comentar o depoimento do general aqui. Mas houve operação com 500 policiais militares ali parados, esperando autorização do Exército para retirar o acampamento. Alguém vir aqui e dizer que [a PMDF] não agiu, [que] não era atribuição [dela], [que] não estava fazendo, é meio complicado. Precisa ser apurado por essa CPI", afirmou

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Anderson Torres foi ministro da Justiça de Bolsonaro e será indiciado pela PF

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Até a munição não letal da PRF acabou de tanto material usado para coibir. O ex-presidente fez um vídeo pedindo para desocupar as estradas e acho que foi daí que a coisa começou a fluir melhor”, completa

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Anderson Torres solicitou que depoimentos do PAD na PF sejam anexados a inqúerito no STF

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As investigações da PF apontam que a reunião ministerial teve como finalidade “cobrar dos presentes conduta ativa na promoção da ilegal desinformação e ataques à Justiça Eleitoral: promoção e a difusão, em cada uma de suas respectivas áreas, desinformações quanto à lisura do sistema de votação, utilizando a estrutura do Estado brasileiro para fins ilícitos e desgarrados do interesse público”.

No último depoimento, em fevereiro deste ano, Torres disse que não acredita em fraude nas eleições ou que houve parcialidade do Poder Judiciário.

Durante a oitiva, o ex-ministro afirmou ter visitado Bolsonaro no dia 1º de novembro de 2022, após a derrota para Lula (PT) no segundo turno das eleições, e sentiu nele “um sentimento de decepção”. O ex-ministro da Justiça declarou que, naquele mês, Bolsonaro “desenvolveu um quadro de depressão, culminando na redução de sua imunidade e o desenvolvimento de uma erisipela”.

O ex-ministro afirmou que não participou de reuniões para tratar de decretação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), de Estado de Defesa ou de Estado de Sítio, nem forneceu suporte jurídico ou técnico para tais medidas.

“Em nenhuma oportunidade no Palácio da Alvorada, naquele período, tratou de golpe de Estado, abolição do Estado Democrático de Direito, Garantia da Lei e da Ordem, Estado de Sítio, Estado de Defesa, intervenção militar ou algo do gênero”, diz trecho do depoimento.

Minuta do golpe

A Polícia Federal encontrou, na casa de Torres, a minuta do documento que decretaria Estado de Defesa no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), durante busca e apreensão realizada no dia 10 de janeiro de 2023.

Em depoimento à PF, o ex-ministro afirmou que a minuta foi entregue ao gabinete e estava em uma pasta que costumava levar para despachar em casa, mas iria descartar o papel como lixo. “O texto em questão era mal redigido e uma aberração jurídica”, declarou.

Torres deixou o Ministério da Justiça e Segurança Pública e retornou ao cargo de secretário de Segurança Pública do DF em janeiro de 2023. Ele viajou para os EUA mesmo diante de avisos sobre convocação de atos violentos para 8 de janeiro. À PF o ex-ministro negou ter se encontrado com Bolsonaro, que também estava no país.

O ex-ministro afirmou que a viagem dele era familiar, no período de férias escolares dos filhos, e que as passagens foram compradas em novembro de 2022. Ele pediu para a PF confirmar, junto às autoridades dos EUA, a informação de que não se encontrou com o Bolsonaro.

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