Única autoridade ainda presa pelo 8/1, coronel Naime passa mal de novo na prisão
Esposa do coronel da PMDF Jorge Eduardo Naime disse que marido parece estar “morrendo aos poucos” e faz apelo
atualizado
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O coronel da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) Jorge Eduardo Naime Barreto, única autoridade ainda presa pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro, passou mal na cadeia, nesta segunda-feira (24/7), e precisou ser atendido pela equipe médica da corporação.
A informação foi confirmada pela esposa do coronel, Mariana Naime. A PMDF disse que o policial solicitou a presença de um médico que foi atendê-lo e verificou não ser necessário levá-lo ao hospital.
No último dia 13 de julho, Naime teve queda de pressão, caiu na cela onde está preso na Academia de Polícia da PMDF e foi levado ao Hospital de Base.
Mariana diz que Naime estava pré-diabético, com hipertensão e iniciou check-up médico antes de ser preso. Após ser detido, em fevereiro, perdeu 14 quilos e não fez mais exames de sangue para acompanhamento do quadro de saúde.
“Estou desesperada e pedindo socorro. A gente está no limite. Ele já estava com problemas de saúde antes de ser preso. Agora, parece que está morrendo aos poucos. O corpo está falhando”, afirmou. Mariana Naime também fez um apelo em sua conta no Instagram. Veja:
Prisão
Na último dia 7 de julho, Naime completou cinco meses preso. Um dia antes, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes negou o pedido de liberdade feito pela defesa do coronel.
Moraes entendeu que “está evidente a necessidade da manutenção da custódia para resguardar a ordem pública e por conveniência da instrução criminal”.
Segundo o ministro do STF, há risco de que o oficial da PMDF possa, em liberdade, comprometer as investigações, a colheita de provas e a persecução penal, considerando o “alto posto que ocupou e a liderança na corporação”.
Folga no dia 8/1
Naime estava de folga em 8 de janeiro e foi substituído dias antes pelo coronel Paulo José Ferreira. No dia dos atos antidemocráticos, ele chegou a ir à Esplanada dos Ministérios, prendeu manifestantes e acabou ferido por rojão.
Segundo a defesa, o coronel saiu de folga sete dias antes da invasão e depredação das sedes dos Três Poderes com autorização do alto comando da corporação para fazer exames de saúde e descansar com a família.
Sobre a mais recente decisão de manutenção da prisão, os advogados de Naime, Iuri Cavalcante e Pedro Afonso Figueiredo, disseram que respeitam a deliberação de Moraes, mas seguirão recorrendo contra a prisão preventiva, “tendo em vista o evidente excesso de prazo, que ultrapassa os 152 dias de segregação cautelar e já se transformou em uma clara antecipação de pena, sem o devido processo legal”.
“Diante do atual cenário, em que as investigações estão em estágio avançado, a solução mais adequada e proporcional neste momento é a revogação da prisão preventiva do Coronel Sr. José Eduardo Naime ou a sua substituição por outra medida cautelar menos gravosa”, pontuaram.