metropoles.com

TJDFT nega pedido de ex-secretário de Saúde e mantém tornozeleira eletrônica

A 1ª Turma Criminal do TJDFT indeferiu, por maioria, habeas corpus solicitado pelo ex-secretário Francisco Araújo contra medidas cautelares

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
André Borges/Esp. Metrópoles
Secretário de Saúde do DF, Francisco Araújo
1 de 1 Secretário de Saúde do DF, Francisco Araújo - Foto: André Borges/Esp. Metrópoles

A 1ª Turma Criminal do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) manteve, nesta quinta-feira (17/12), as medidas cautelares fixadas para o ex-secretário de Saúde do DF Francisco Araújo. Ele é acusado, no âmbito da Operação Falso Negativo, de liderar suposto esquema que teria cometido irregularidades na compra de testes rápidos para detecção da Covid-19.

Em 16 de novembro, a 5ª Vara Criminal de Brasília determinou a soltura de Francisco e mais cinco réus, mas mandou que cumprissem medidas cautelares. Uma das obrigações é usar tornozeleira eletrônica e não sair de um raio de 300 metros da própria casa ou da área da 5ª Vara Criminal.

O habeas corpus da defesa do ex-secretário foi negado, por maioria, em sessão ordinária por videoconferência. O relator da ação, desembargador Mário Machado, e o desembargador J. J. Costa Carvalho votaram pelo indeferimento do HC. O desembargador George Lopes Leite divergiu somente no sentido de ampliar de 300 m para 20 km o raio de monitoramento.

“Gostaria de ponderar apenas um aspecto que me deixou, realmente, impressionado, tendo em vista do que a gente conhece quanto às características do Distrito Federal: 300 metros não dá para ir à padaria da esquina comprar pão ou para o boteco tomar uma cerveja”, exemplificou.

Advogado do ex-secretário de Saúde, Cleber Lopes argumentou que, quando foi determinada a prisão preventiva, em agosto deste ano, a Justiça entendeu que a permanência no cargo público de chefia representava risco de reiteração criminosa. Mas, segundo o advogado, a situação mudou logo depois, porque Francisco foi exonerado, a Secretaria de Saúde passou por auditoria, houve mudança na equipe da pasta e a denúncia do Ministério Público não imputou crime de corrupção ou de lavagem de dinheiro aos acusados.

Lopes acrescentou que as medidas cautelares seriam, na prática, uma prisão domiciliar. “O paciente [Francisco] está exonerado da Secretaria de Saúde, com contas bloqueadas, preso em casa e não pode procurar emprego”, destacou. Recentemente, um pedido de Francisco para passar o Natal fora do DF foi negado.

“Isso parece um castigo moral que se está impondo a esse paciente, um homem que foi acusado de fraudar uma miríade de processos licitatórios, mas a denúncia imputa apenas dois procedimentos. Um homem que foi acusado aos quatro ventos de ser corrupto, e não está denunciado por corrupção. Um homem que cuidou de milhares de reais de recursos, salvou mais de mil vidas no DF e trabalhava 23 horas por dia cuidando da saúde. Um homem que precisa voltar a viver, trabalhar e que tem família para sustentar”, assinalou.

Mário Machado disse que a prisão preventiva foi revogada por excesso de prazo, mas as razões que determinaram a detenção persistem. “O modus operandi empregado, em que o paciente atuava como líder do esquema, é circunstância apta a revelar a gravidade em concreto das infrações e evidencia necessidade concreta das medidas restritivas, diante do risco de reiteração delitiva e de estorvo à instrução criminal, mormente diante da inegável influência exercida pelo paciente decorrente do exercício do cargo de secretário de Saúde em relação aos demais denunciados, aos empresários envolvidos e aos próprios servidores do Distrito Federal”, declarou.

Segundo o desembargador, o conhecimento que Francisco tem dos fatos, circunstâncias, pessoas envolvidas, denunciados, servidores e empresários persiste, apesar de não mais exercer o cargo público. Mário Machado afirmou que as investigações estão em curso após apreensão de equipamentos e documentos: “Não se sabe ainda qual será o panorama final. Pode ser que não haja nada a mais contra o paciente, mas pode ser que haja. De qualquer forma, precisamos trabalhar com o que temos hoje”.

Cleber Lopes informou que vai recorrer da decisão no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Ex-assessor especial

A 1ª Turma Criminal negou, também nesta quinta-feira, habeas corpus do ex-assessor especial da Secretaria de Saúde Ramon Santana Lopes Azevedo. A defesa queria que fosse declarada a incompetência da Justiça do DF para julgar o caso e a anulação das medidas tomadas no processo.

Advogado de Ramon, Johann Homonnai Júnior disse que vai recorrer da decisão no STJ. Segundo argumentou a defesa, há jurisprudência no sentido de que é da Justiça Federal a competência para julgar as ações que tratam de recursos oriundos da União.

Recurso MPDFT

Como revelou a coluna Grande Angular, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) pediu à Justiça que o ex-secretário de Saúde do DF Francisco Araújo e outros cinco ex-integrantes da cúpula da pasta, detidos em decorrência da Operação Falso Negativo, voltem à prisão.

Seis ex-integrantes do alto escalão da Secretaria de Saúde deixaram a prisão em 17 de novembro. A juíza Ana Cláudia de Oliveira Costa Barreto revogou as prisões, no dia anterior, sob a justificativa de excesso de prazo na instrução criminal. O MPDFT, contudo, contesta o argumento.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?