Thais Riedel faz representação contra Délio no Conselho de Ética da OAB
A pré-candidata à OAB-DF Thais Riedel diz que o presidente da entidade, Délio Lins e Silva Júnior, violou o sigilo de seu escritório
atualizado
Compartilhar notícia
A disputa pela Ordem dos Advogados do Brasil Seccional do Distrito Federal (OAB-DF) ganhou novo capítulo nesta sexta-feira (23/7). A pré-candidata à presidência da entidade Thais Riedel ingressou com uma representação no Conselho de Ética, do Conselho Federal da OAB, contra o presidente da OAB-DF, Délio Lins e Silva Júnior.
Thais alega que Délio violou o sigilo do escritório do qual é sócia, a Advocacia Riedel. Em nota, Thais diz que uma apuração policial mostrou que o escritório de Délio obteve, por e-mail, os registros das visitas de um cliente da Advocacia Riedel ao Liberty Mall. O edifício abriga tanto o escritório de Thais quanto o de Délio.
O cliente em questão é o presidente do Sindicato dos Empregados em Conselhos e Ordens de Fiscalização Profissional e Entidades Coligadas e Afins do DF (Sindecof-DF), Douglas de Almeida Cunha. A entidade que representa os empregados da OAB-DF deflagrou uma greve em oposição à gestão de Délio, em maio deste ano.
“A inviolabilidade do escritório de advocacia é uma das mais importantes prerrogativas profissionais porque é a garantia do cidadão de que ele pode confiar ao seu advogado todas as informações necessárias para sua defesa e que elas serão mantidas em segredo”, afirmou Thais.
Confira a nota da pré-candidata:
O caso também foi parar na Justiça. O promotor Marcel Nóbrega de Araújo entendeu que não estão presentes os requisitos para abertura de uma ação penal, “restando ausente uma das condições da ação, que é a justa causa”. O integrante do Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) chegou a se manifestar pelo arquivamento do processo, em junho deste ano, mas em seguida voltou atrás e pediu mais diligências.
Pai do presidente da OAB-DF e também advogado, Délio Fortes Lins e Silva disse à 5ª Delegacia de Polícia (área central de Brasília) que o escritório dele está “há décadas no Liberty Mall”. Délio pai contou que o filho estaria “sob ameaça física”; por isso, determinou a um funcionário para que procurasse a administração do condomínio a fim de descobrir se o presidente do Sindecof-DF estaria entrando no prédio. “Em momento algum mandei saber os nomes de pessoas que frequentam ou frequentaram algum outro estabelecimento [do edifício]”, alegou.
Visitas
O escritório Riedel Advocacia fica no 13º andar da Torre A, no Edifício Liberty Mall. O presidente do Sindecof-DF compareceu ao endereço pelo menos sete vezes antes da greve deflagrada pela entidade. Nas ocasiões, ele se reuniu com o sócio de Thais, Antônio Alves.
Em contato com a coluna, o presidente do Sindecof-DF, Douglas Cunha, afirmou não ter havido qualquer encontro com Thais Riedel, e enfatizou que todas as visitas foram para o sócio dela, Antônio Alves.
“Não conversei com a dra. Thais em nenhum momento. Fui ao escritório para tratar de questões pessoais. Estou organizando uma viagem com o dr. Antônio para Ushuaia (na Argentina). Nos encontramos para tratar disso. Nunca falamos de paralisação. A greve foi uma escolha dos empregados devido ao descumprimento do acordo coletivo da categoria”, frisou Douglas Cunha.
O outro lado
Presidente da OAB-DF, Délio afirmou: “Conforme publicado pelo Metrópoles, o escritório de Thais Riedel recebeu o presidente do sindicato dos funcionários da OAB-DF sete vezes, durante greve fake. Isso não foi explicado até agora”.
Délio afirmou que a representação de Thais no Conselho Federal é “acusação vazia, repetida e meramente eleitoreira”. O advogado argumentou que a adversária registrou os mesmos fatos em Termo Circunstanciado, mas o MPDFT pediu o arquivamento, “visto não haver mínimos elementos para a sua continuidade”
“Na OAB, seguirei defendendo meu nome e minha honra, mostrando que a representação é meramente eleitoreira. Tenho absoluta convicção de que o resultado será idêntico. É triste ver que, na falta de propostas para disputar uma eleição, uma pré-candidatura faça isso para chamar a atenção. A advocacia não merece isso”, acrescentou.