“Teremos alto índice de evasão, situação é dramática”, diz reitora da UnB
O corte no orçamento para 2021 preocupa Márcia Abrahão em todas as áreas, desde o social até o pagamento de contas básicas, como a de luz
atualizado
Compartilhar notícia
O corte no orçamento das universidades federais, que levou instituições tradicionais, como a UFRJ e a UFBA, a anunciarem que podem fechar as portas, também provoca forte preocupação na Universidade de Brasília. De acordo com a reitora da UnB, Márcia Abrahão, a “situação é dramática”.
A Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2021 cortou 100% dos recursos para investimento da universidade e reduziu em 4,6% os recursos na fonte do Tesouro para o pagamento de despesas de custeio ou discricionárias, que já eram baixos.
Em entrevista à UnB TV, divulgada nesta sexta-feira (14/5), a reitora da UnB, Márcia Abrahão, e a reitora da Unifesp, Soraya Smaili, falaram sobre as consequências da redução drástica dos recursos para as instituições.
Na entrevista, Márcia Abrahão afirmou que a verba para investimentos da UnB no orçamento não dá para cobrir sequer 5% do previsto. “Investimento não é só obra. É livro, equipamento de laboratório, uma gama de recursos que precisamos para as universidades continuarem avançando. Desde 2017, a UnB vem sofrendo reduções anuais dramáticas”, disse a reitora.
Situação de vulnerabilidade
Márcia Abrahão explicou que, em 2021, o orçamento foi dividido em duas unidades e que os recursos da Política Nacional de Assistência Social (PNAS) caíram e chegaram ao patamar do que a instituição recebia em 2017.
“Tivemos redução no PNAS justamente no ano em que a situação de pobreza no país se agrava [devido à pandemia do coronavírus]. O resultado será uma situação de agravamento da evasão nas universidade de todo o país, incluindo a UnB”, analisou a reitora.
Para Márcia Abrahão, a sociedade precisa se mobilizar o quanto antes para regulamentar o PNAS como uma lei. Só assim, segundo a gestora, a assistência estudantil poderá ter garantias.
Emendas
Para este ano, o orçamento destinado pelo Ministério da Educação (MEC) à Universidade de Brasília foi de R$ 135,8 milhões, valor 4,6% menor do que os R$ 142,4 milhões de 2020. Em comparação a 2019, quando foram autorizados R$ 146,4 milhões, a queda no orçamento é de 7,25% em 2021.
A fim de lidar com as perdas, a reitora tem trabalhado amplamente com a bancada do DF no Congresso Nacional. Márcia lembrou, no entanto, que “emenda parlamentar não paga conta de água, luz ou bolsa pós-graduação”.
Assista, na íntegra, à entrevista da UnB TV com Márcia Abrahão: