Sucesso na internet, juiz do TJDFT pede demissão: “Troquei a toga para ser um professor livre”
Jaylton Lopes Júnior pediu demissão do cargo de juiz após 8 anos e 9 meses no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios
atualizado
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Após oito anos e nove meses como juiz do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), Jaylton Lopes Júnior pediu demissão do cargo na última sexta-feira (4/8).
Jaylton faz sucesso na internet com aulas e dicas de direito. No Instagram, o agora ex-magistrado acumula 153 mil seguidores. No YouTube, tem mais de 21 mil inscritos.
À coluna Grande Angular o ex-juiz disse que trocou a toga para ser “um professor livre”. “Nos últimos anos, no exercício da docência jurídica, eu me conectei a milhares de advogados de todo o Brasil. Isso reacendeu em mim a vontade de fazer justiça do lado de cá, como advogado, além de poder transformar vidas por meio do conhecimento”, afirmou.
Professor desde os 23 anos, Jaylton deixou a Justiça do DF para dedicar-se integramente às aulas e à advocacia privada. Em frente à câmera no escritório onde grava os vídeos, o professor fala aos seguidores sobre diferentes áreas do direito, especialmente a respeito de direito patrimonial, imobiliário e familiar.
No canal no YouTube, Jaylton descreve que ajuda “advogadas e advogados a atuarem na prática sucessória, de família, imobiliária e processual civil”.
Para o ex-juiz, as redes sociais “são a melhor forma de democracia do ensino”. “Acredito que o conhecimento liberta, transforma e empodera. Como a educação transformou a minha vida, eu decidi usar as minhas redes sociais para fazer o bem, ou seja, para compartilhar conhecimento de forma gratuita.”
Jaylton disse que o crescimento dele nas redes sociais se deve à docência em cursos jurídicos do país, inclusive em tribunais de Justiça e na Escola Nacional da Magistratura, e aos livros de direito publicados.
Vídeo viral
Em setembro do ano passado, Jaylton viralizou no TikTok após divulgar um vídeo no qual mostra uma tentativa de golpe contra ele.
A golpista, identificada como Márcia, dizia ser funcionária da central de segurança do Banco do Brasil e afirmava que uma tentativa suspeita de operação eletrônica, no valor de R$ 10 mil, foi detectada no cartão de crédito do então juiz.
Jaylton aproveitou a gravação do golpe para divulgar o seu curso de prática em processo civil e tirar sarro da situação.
“Chamado”
Em menos de um mês, Jaylton é o terceiro juiz que pede exoneração do cargo para se dedicar ao ensino.
Erik Navarro Wolkart, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), deixou a carreira de magistrado após a Corregedoria Nacional de Justiça suspender as redes sociais dele por suspeita de que atuava como coach nas redes sociais.
Wolkart pediu exoneração em 18 de julho de 2023, após 20 anos no TRF-2. Na carta em que pede demissão, o ex-juiz diz que ficou “maravilhado com a potencial amplitude da comunicação” disponibilizada pela internet.
“O ponto positivo foi a possibilidade de impactar milhares de operadores do direito com lições de prática jurídica que, sem dúvida, colaboram na construção de um sistema de Justiça mais eficiente. Essa atividade, todavia, exige grande energia e dedicação. Percebo que sou capaz de causar grande transformação pela docência – algo impensável anos atrás. Hoje, é esse o chamado que encanta meu coração”, escreveu Wolkart.
Na última quinta-feira (3/8), José André, juiz do Tribunal de Justiça do Mato Grosso do Sul (TJMS), pediu demissão para trabalhar exclusivamente com docência, “sem amarras e sem restrição”.