O Sindicato dos Policiais Civis do Distrito Federal (Sinpol-DF) declarou “forte contrariedade” em relação à recomendação do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) para implementação do monitoramento de viaturas da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) por GPS.

Segundo o Sinpol-DF, a recomendação do Núcleo de Investigação e Controle Externo da Atividade Policial (Ncap), do MPDFT, “surge em um momento inoportuno, retirando a autonomia da PCDF, descredibilizando a atuação da polícia judiciária da capital federal e fragilizando o minucioso trabalho de investigação prestado pelos policiais civis, amplamente reconhecido como referência no Brasil”.

O Ncap expediu a recomendação à PCDF nessa segunda-feira (9/10). Segundo o documento, ao qual a coluna Grande Angular teve acesso, há diversas denúncias sobre uso irregular de viaturas da corporação, incluindo utilização dos carros oficiais por servidores que ingeriram bebidas alcoólicas e aos fins de semana.

O Sinpol-DF disse que é “fundamental destacar a imprevisibilidade dos horários e dos dias para a realização de diligências investigativas”. “A natureza imprevisível da criminalidade exige uma pronta resposta dos policiais civis, que devem estar atentos para intervir a qualquer momento, independentemente do dia e do horário”, pontuou.

“Além disso, o sindicato expressa preocupação quanto à divulgação da localização das viaturas a terceiros, especialmente a funcionários de empresas terceirizadas. Isso pode resultar em interferências nas investigações, comprometendo a integridade física e a vida dos policiais civis, uma vez que a confidencialidade é fundamental para o êxito do trabalho investigativo”, enfatizou o sindicato.

O Sinpol-DF também reforçou que o controle das viaturas é feito pela Corregedoria da PCDF. “Casos de uso indevido são pontuais, e a Corregedoria tem apurado todos os incidentes com rigor, aplicando as devidas punições aos servidores envolvidos”, disse.

O presidente do Sinpol-DF, Enoque Venancio de Freitas, destacou “a importância de priorizar a segurança e a integridade dos profissionais que dedicam suas vidas à proteção da sociedade e destaca a necessidade de um diálogo construtivo entre as instituições envolvidas para encontrar soluções que preservem a segurança dos policiais e a eficácia das investigações”.

Em nota, a PCDF disse que, por meio da Corregedoria-Geral de Polícia (CGP), “já realizou contato com o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios para marcação de reunião, em data a ser agendada oportunamente, para tratativas e discussão da recomendação referente à utilização de veículos oficiais desta instituição.”