Silveira diz que deixou esposa em condomínio depois de ir ao hospital
Ao manter a prisão de Daniel Silveira, nesta terça-feira (24/12), Moraes disse que a versão do ex-deputado é “mentirosa”
atualizado
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O ex-deputado federal Daniel Silveira disse que parou em um condomínio em Petrópolis (RJ) antes e depois de ir ao Hospital Santa Teresa, no último sábado (21/12), para buscar e deixar a esposa. Ele foi preso novamente nesta terça-feira (24/12), quatro dias após receber liberdade condicional.
Na decisão em que revogou a liberdade de Silveira, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes apontou que o ex-parlamentar descumpriu a ordem de ficar em casa das 22h às 6h. Ele saiu do hospital à 0h44 e chegou em casa às 2h16 de domingo (22/12).
Ao manter a prisão de Silveira, nesta terça-feira (24/12), Moraes disse que a versão do ex-deputado é “mentirosa” e justificou que a ida ao hospital serviu como “verdadeiro álibi para o flagrante desrespeito às condições judiciais obrigatórias para a manutenção de seu livramento”.
Segundo o ministro, Silveira saiu do hospital à 0h44 e ficou no condomínio por mais de uma hora, saindo à 1h54. Ele chegou em casa somente às 2h16.
A defesa de Silveira disse que o ex-deputado procurou atendimento médico de emergência por sentir “fortes dores lombares”, mas, antes, buscou a esposa em outro endereço. Depois de sair do hospital, segundo os advogados, o ex-deputado deixou a mulher no mesmo local. A defesa de Silveira diz que a esposa dele “não se sente segura de forma alguma em permanecer” em casa.
“Para demonstrar total boa-fé, informa ao juízo o local onde a esposa se encontrava para acompanha-lo até o hospital, na noite de 21/12, localizado no condomínio Granja Santa Lúcia, localizado na Rua Neuza Goulart Brizola, bairro Itaipava, em Petrópolis (RJ), e, após o atendimento médico, deixou-a no local e retornou, medicado, para a sua residência, onde está informado ao juízo”, afirmaram os advogados de Silveira, em pedido de reconsideração da prisão, apresentado ao STF nesta terça-feira (24/12).
A defesa de Silveira afirmou, também, que seria uma “missão impossível” pedir, no sábado à noite, durante recesso forense, autorização judicial para “levar um enfermo à unidade hospitalar para atendimento ode urgência, como caso em apreço, onde o requerente estava urinando sangue e com fortes dores lombares”.
O ex-deputado foi condenado a 8 anos e 9 meses de prisão pelo crime de ameaça ao Estado Democrático de Direito e coação no curso do processo. Silveira já havia recebido do STF o direito de progredir para o regime semiaberto, que estava sendo cumprido em uma colônia agrícola.