Servidores sobre suposta ação da Abin contra Moraes: “Consternação”
A Intelis afirmou que, durante a maior parte do governo de Jair Bolsonaro (PL), a Abin “esteve sob gestão de servidores de outro órgão”
atualizado
Compartilhar notícia
Servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) emitiram uma nota, por meio da União dos Profissionais de Inteligência de Estado da Abin (Intelis), na qual manifestam “consternação” com o suposto envolvimento do órgão no plano de atentado contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
Em entrevista ao Globo, publicada nesta quinta-feira (4/1), Moraes disse que havia três planos de golpistas contra ele, incluindo um no qual o objetivo era prendê-lo e enforcá-lo na Praça dos Três Poderes.
Segundo o ministro, “houve uma tentativa de planejamento” de ataque contra ele. “Inclusive, e há outro inquérito que investiga isso, com participação da Abin, que monitorava os meus passos para quando houvesse necessidade de realizar essa prisão”, pontuou.
Em nota, a Intelis afirmou que, durante a maior parte do governo de Jair Bolsonaro (PL), a Abin “esteve sob gestão de servidores de outro órgão, durante a qual houve ocupação de cargos por indicação exógena em quantidade inédita na história da Abin, situação que perdurou até março de 2022”.
“O relatório final da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Atos Antidemocráticos, aprovado em 18/10/2023, é inequívoco quanto ao compromisso dos profissionais da ABIN com a Democracia, manifestado e documentado no acompanhamento da radicalização que culminou nos atos extremistas de 8 de janeiro de 2023 e no compartilhamento de informações às autoridades competentes sobre possíveis atentados à segurança pessoal de agentes públicos e contra instituições basilares do Estado brasileiro”, enfatizou.
Segundo a entidade, “tais ameaças permanecem objeto do acompanhamento silencioso de nossos servidores orgânicos, que mesmo sob condições adversas, trabalham incansavelmente pela segurança da sociedade e do Estado.”
“O necessário aprofundamento dos trabalhos de Inteligência em defesa do Estado de Direito no Brasil depende da urgente reforma das prerrogativas legais da Abin, com definição de meios e focos de sua atuação, do reforço e valorização do quadro de pessoal e do efetivo controle externo da atividade, exercido pelo Congresso Nacional”, disse a Intelis.