“Se o STF quiser, ele obriga”, diz Cláudio Castro sobre câmeras em PMs
Governador do Rio, Cláudio Castro declarou que não determinará a instalação de câmeras em fardas de policiais que correm risco de morrer
atualizado
Compartilhar notícia
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), disse, nesta quinta-feira (20/4), que não vai determinar a instalação de câmeras de segurança em fardas de policiais militares em áreas críticas. Para o chefe do Executivo fluminense, se o Supremo Tribunal Federal (STF) quiser, “ele obriga”: “Não será um ônus nas minhas costas”.
Durante o Lide Brazil Conference, que ocorre em Londres, Cláudio Castro declarou que não obrigará o uso de câmera de áudio e vídeo em regiões onde policiais corram risco de morrer. O governador justificou que as imagens podem ser vazadas.
“Não consigo conceber. Em um país onde nem o que a Suprema Corte diz que é segredo de Justiça as imagens são respeitadas, imagina a imagem que coloque a vida do policial em risco? É a minha única divergência hoje. Não colocarei câmera onde meu policial corra risco de morte. Se a Suprema Corte quiser, ela obrigue a colocar, e esse não será um ônus nas minhas costas. Temos compromisso com a vida dos policiais”, declarou o governador do Rio.
Ao comentar as ações do governo estadual na área de segurança, Cláudio Castro citou a compra de 21 mil câmeras corporais, mas revelou que diverge em relação ao uso dos equipamentos durante operações.
O tema foi encaminhado pelo ministro Edson Fachin ao Centro de Mediação e Conciliação do STF. A Suprema Corte limitou a realização de operações policiais em comunidades do Rio durante a pandemia da Covid-19 e determinou a apresentação de um plano com medidas para redução da letalidade policial e controle de violações de direitos humanos pelas forças de segurança.
Em dezembro de 2022, Fachin mandou o governo do Rio de Janeiro elaborar um cronograma para instalação das câmeras. O Estado alegou, porém, que não há previsão para tal medida em relação aos policiais do Batalhão de Operações Policiais (Bope) da Polícia Militar (PMERJ) e pediu reconsideração da decisão, que determina o remanejamento de equipamentos de outras equipes com menores índices de letalidade policial.
PL na CPMI
Após a abertura do Lide, Cláudio Castro disse, em entrevista coletiva, que a possível Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar os atos antidemocráticos de 8 de janeiro servirá para mostrar que o PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, não teve a ver com a quebradeira.
“Isso não tem nada a ver com ele [o partido]. Por isso, querer a CPMI é algo supercompreensível, até para comprovar que não teve a ver. Gente de bem pode querer protestar. Todo protesto pacífico é consttiucional. Quando parte para ato de violência, é crime. Já não era mais manifestante ali, era criminoso, bandido e tem que ir para a cadeia”, opinou.
Veja, no canal do Metrópoles no YouTube, como foi o primeiro dia do Lide Brazil Conference, que ocorre em Londres: