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“Santana busca discurso da vitimização”, rebate GDF após fala de vice

Em nota assinada pela Casa Civil, o governo reagiu às críticas de Renato Santana. Ele disse que Rollemberg é preconceituoso e elitista

atualizado

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Rogrigo Rollemberg
1 de 1 Rogrigo Rollemberg - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O Governo do Distrito Federal (GDF) reagiu às declarações de Renato Santana (PSD) na tribuna da Câmara dos Deputados, nesta segunda-feira (23/4), em sessão especial pelo aniversário de Brasília. O vice-governador disse que sofre perseguição e preconceito do governador Rodrigo Rollemberg (PSB): “Sou negro. Negro de Ceilândia. Sou servidor de carreira. Rollemberg nunca escondeu seu desprezo pelos mais humildes”. Em nota, a Casa Civil rebateu: “São palavras inconsequentes e irresponsáveis. Falta envergadura moral ao vice para falar em lealdade”.

O texto destaca ainda que “de forma leviana e mentirosa, Santana busca o discurso da vitimização, recorrendo a argumentos estapafúrdios para acusar o governador de preconceitos jamais alegados por qualquer pessoa séria em Brasília. Usa o método sorrateiro para esconder sua incapacidade administrativa”.

Confira a íntegra da nota:

As palavras do atual vice-governador do Distrito Federal não surpreendem.
Reafirmam sua conduta despreparada, imatura, inconsequente e por diversas vezes distante da realidade dos fatos.

São palavras inconsequentes e irresponsáveis. Falta envergadura moral ao vice para falar em lealdade.

Lembremos do episódio do borracheiro, em Brazlândia. Em substituição ao governador, Santana ofendeu o proprietário da loja, após enganá-lo. É a prova da sua maneira de atuar.

Agora, de forma leviana e mentirosa, Santana busca o discurso da vitimização, recorrendo a argumentos estapafúrdios para acusar o governador de preconceitos jamais alegados por qualquer pessoa séria em Brasília. Usa o método sorrateiro para esconder sua incapacidade administrativa.

A ação dele não afetará a disposição do Governo de Brasília para melhorar a qualidade de vida da população.

Casa Civil do Governo de Brasília

Relação estremecida
Na semana passada, a guerra política entre Rollemberg e Santana teve um novo capítulo quando o governador decidiu praticamente extinguir a vice-governadoria do DF. Decreto assinado pelo chefe do Executivo local limita o órgão a apenas cinco cargos de confiança, com níveis salariais abaixo dos equivalentes em outras pastas do GDF.

Após a decisão de Rollemberg, Santana fez um desabafo, em um grupo de WhatsApp, chamando o socialista de “governador fake” e pedindo apoio aos funcionários atingidos pelo decreto.

A relação de Rollemberg e Santana já estava abalada desde que o vice foi gravado fazendo duras críticas ao atual gestor. Renato chegou a revelar que tinha conhecimento de episódios de corrupção dentro do governo. O convívio piorou depois de uma cunhada de Santana morrer em um hospital da rede pública de saúde. Ele atribuiu a culpa à má qualidade da gestão do socialista.

Somado a isso, o partido de Santana deixou a base do governo, em novembro de 2017, e iniciou o trabalho de composição de uma aliança para concorrer às eleições de 2018.

Leia a íntegra do pronunciamento de Santana:

Em 2014, fui eleito vice-governador, acreditando que Rollemberg seria o novo na política, e faríamos juntos um governo moderno e eficiente.
Infelizmente, errei nas minhas previsões.
Errei em achar, no plural, que faríamos .
Ele nunca permitiu que eu participasse das decisões. Nunca.
Errei no moderno.
Rollemberg mostrou-se a vanguarda do atraso.
Perseguiu servidores. Descumpriu promessas. Abandonou compromissos. Afastou os aliados.
Errei no eficiente.
Não conseguiu terminar a adutora de Corumbá. Aumentou as tarifas de ônibus e Metrô, na calada da noite. Fui contra! Não fez nem um metro a mais de Metrô nem investiu no sistema viário. Fez um caos na saúde. Fechou delegacias e postos policiais. Destruiu, por ser incapaz de construir. Não fez sequer a manutenção obrigatória dos viadutos. Não cuidou da cidade, que responde ao descaso com a maior rejeição da história.
A princípio, tentei ajudar. Fui rechaçado.
Depois, fiz críticas construtivas. Fui ignorado.
E quando lealmente discordei, fui perseguido.
Para honrar meu mandato, fui para as ruas. Enquanto os asseclas acadêmicos do governador, que não conhecem as cidades satélites, ficavam encastelados no ar-condicionado de seus gabinetes.
Mesmo sem apoio, rodei 800 mil quilômetros em três anos e meio, ouvi a população e resolvi problemas.
Agora, que nossos rumos serão diferentes em 2018, o governador autoritário e despótico demite os servidores do meu gabinete, pessoas honradas e trabalhadoras. Devo lembrar que não fui nomeado, mas eleito pelo povo do Distrito Federal.
Para me prejudicar, ele prejudica pais de família e desrespeita a população que nos elegeu.
E por que tanta perseguição?
Chegou a hora de dizer.
PRECONCEITO.
Sou negro. Negro da Ceilândia. Sou servidor de carreira.
Rollemberg nunca escondeu seu desprezo pelos mais humildes. Faz um discurso pseudossocialista, mas no convívio diário não esconde seu elitismo e seus preconceitos.
Pois saiba, governador, que, diferentemente de você, que é filho de ministro e entrou no Senado pela janela, sem concurso, eu estudei, fiz concurso e tenho muito orgulho da minha cor e de minha origem.

Renato Santana
Servidor de Carreira

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