Samuel Rodovalho, filho de bispo Rodovalho, é investigado por fraude na compra de respiradores
O empresário é um dos alvos da operação que apura irregularidades na aquisição de equipamentos pelo governo de Santa Catarina
atualizado
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Filho do bispo Robson Rodovalho – líder da igreja Sara Nossa Terra –, o empresário Samuel Rodovalho é um dos alvos da operação que investiga fraude e desvio de dinheiro público na compra de respiradores pelo governo de Santa Catarina. Os itens são essenciais no tratamento de pacientes em estado grave acometidos pelo novo coronavírus.
De acordo com os investigadores da força-tarefa batizada de Operação Oxigênio, Samuel teria intermediado o contato de representantes do governo catarinense com o dono de uma importadora. Ele teria sugerido que o empresário apresentasse proposta para a aquisição dos aparelhos. Além disso, teria informado que a empresa contratada precisaria pagar R$ 3 milhões a título de “comissão”.
O herdeiro do bispo Rodovalho é representante da CIMA Industries Imc Medical Division, com sede no Panamá. A companhia produz equipamentos médicos, como respiradores.
Confira trechos dos autos:
No último fim de semana, Samuel Rodovalho foi alvo de busca e apreensão, autorizados pelo Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC). A juíza Vera Lucia Ferreira Copetti permitiu que fossem recolhidos, no endereço do filho do pastor, documentos e o aparelho celular – já que, de acordo com investigadores, as tratativas sobre a fraude se deram por meio de mensagens de WhatsApp.
Os bens do herdeiro do bispo Rodovalho também foram bloqueados. Na lista de posses de Samuel atingidas pela medida, há três veículos de luxo: um Jaguar, um Jeep e uma BMW.
O Ministério Público de Santa Catarina pediu a prisão temporária de Samuel e de outras sete pessoas, entre elas, o ex-secretário da Casa Civil do governo de Santa Catarina Douglas Borba. Os procuradores argumentaram que a medida era necessária para o andamento das investigações.
A juíza responsável pelo caso, no entanto, não acolheu o pedido de prisão por entender que não havia sido demonstrado o periculum libertatis dos investigados, ou seja, o risco de que a liberdade dos alvos comprometesse a investigação.
A Grande Angular tentou entrar em contato com Samuel Rodovalho e com o bispo Rodovalho. O espaço continua aberto para manifestações.