Saiba quais advogados ganham poder e quais perdem com vitória de Lula
Advogados próximos a Lula saem vitoriosos com o petista na Presidência da República, enquanto os aliados de Bolsonaro amargam derrota
atualizado
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A mudança na Presidência da República mexe com o tabuleiro político em todo o país. No Poder Judiciário, alguns personagens da advocacia perderão poder, enquanto outros ganharão maior notoriedade com a volta de Lula ao Palácio do Planalto.
Nos bastidores de Brasília, as bolsas de apostas indicam que os advogados Cristiano Zanin, José Eduardo Alckmin e Rafael Carneiro terão maior prestígio com a vitória de Lula (PT).
Crisitano Zanin (foto em destaque, ao lado de Lula) é advogado pessoal do presidente eleito e atuou na coordenação jurídica da campanha. Foi Zanin quem defendeu Lula nos processos referentes às condenações da Lava Jato e obteve a anulação dos casos, no Supremo Tribunal Federal (STF).
José Eduardo Rangel de Alckmin foi ministro do Superior Tribunal Eleitoral (TSE). Vencedor do título de Cidadão Honorário de Brasília, o advogado atuou na campanha de Lula e do primo, Geraldo Alckmin (PSB).
Considerado um advogado com perfil técnico e discreto, Rafael Carneiro defendeu Geraldo Alckmin na campanha presidencial, por indicação do PSB. Ele é considerado estrategista jurídico por estudar o perfil dos tribunais superiores e de seus integrantes, além de ser um dos mais atuantes no STF. Sócio do ministro aposentado do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Gilson Dipp, Carneiro alia a advocacia empresarial com a eleitoral.
Do outro lado
Em contrapartida, as rodas de poder na capital federal avaliam que perderão força os advogados Frederick Wassef, Tarcísio Vieira e Willer Tomaz, que orbitam próximos a Jair Bolsonaro (PL).
Advogado da família Bolsonaro, Wassef tentou ser deputado federal por São Paulo, mas obteve apenas 3,6 mil votos e não se elegeu. Ele foi denunciado por ofender uma garçonete negra e responde a processo por injúria racial, na Justiça do Distrito Federal.
Tarcísio Vieira foi ministro do TSE e atuou na campanha de Bolsonaro. É considerado um advogado com perfil educado. Porém, sofreu desgastes, recentemente, ao protagonizar embates com a Justiça Eleitoral, incluindo o caso em que apoiadores de Bolsonaro alegaram desigualdade da distribuição de inserções de propagandas em rádios.
Willer Tomaz é amigo de Flávio Bolsonaro e compadre do senador Weverton Rocha (PDT), que perdeu a eleição para o governo do Maranhão. O advogado chegou a ser preso e investigado no âmbito da Operação Lava Jato, mas a denúncia do caso foi rejeitada pela Corte Especial do Tribunal Regional Federal da Primeira Região (TRF-1), ou seja, o advogado não é réu.